UFAM sedia a 61ª Reunião Anual da Sociedade Interamericana de Horticultura Tropical

Discutir os desafios e possibilidades para a horticultura brasileira é a proposta da 61ª Reunião Anual da Sociedade Interamericana de Horticultura Tropical (Interamerican Society for Tropical Horticulture - ISTH) realizada pela primeira vez no Amazonas. A conferência de abertura foi ministrada, na manhã desta segunda-feira, 23, por Alfredo Kingo Oyama Homma, que abordou a realidade do setor na Amazônia.

A Reunião da ISTH, promovida até sexta-feira, 27, apresenta programação diversificada para debater temas de interesse para profissionais, pesquisadores e estudantes. Durante a manhã, serão realizadas palestras com profissionais renomados, como Alfredo Kingo Oyama Homma, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa/Belém), Lin Chau Ming, da Universidade Estadual Paulista (Unesp – Botucatu) e Paulo César Tavares de Melo, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (ESALQ) e Associação Brasileira de Horticultura (ABH). “São palestrantes que você vai encontrar talvez outros iguais, mas melhores, não”, comentou o coordenador representante da UFAM, professor José Ferreira Silva.

A 61ª Reunião Anual da Sociedade Interamericana de Horticultura Tropical realizada pela primeira vez no Amazonas já teve quatro edições promovidas em solo brasileiro, mas é a primeira vez que o evento ocorre no Amazonas. Segundo o professor José Ferreira, a atuação da Universidade e da Embrapa foi fundamental para a realização da ISTH 2015. “A Universidade dispôs sua estrutura para receber o evento e a Embrapa apoiou com a vinda da ISTH para o nosso Estado”, revelou o coordenador. “Essa parceria com a Embrapa sempre dá certo”, comemorou.

Conferência de Abertura

Durante a manhã, a palestra de abertura do evento foi ministrada por Alfredo Kingo Oyama Homma, membro da Embrapa Amazônia Ocidental, o qual discorreu acerca da “Horticultura Tropical da Amazônia - Oportunidades e desafios”. O conferencista apresentou o que, para ele, se configuram obstáculos para o desenvolvimento horticultor na Amazônia. De acordo com ele, é preciso acabar com o conceito de Amazônia Legal, pois este é prejudicial para o crescimento dos estados membros. “Cada estado tem uma história econômica, política, social, cultural totalmente distinta. Precisamos de propostas estaduais”, expôs. “A agricultura tem um peso muito grande no estado do Mato Grosso, onde um terço do PIB vem do setor agrícola. Mas não tem no Amazonas, onde toda a economia gira em torno do Polo Industrial de Manaus”, explicou.

Conforme o preletor, é preciso mudar o discurso de abordagem sobre a Amazônia. Um dos mitos citados por Homma diz respeito à ocupação da área pelos chamados “povos da Floresta”, fazendo menção à predominância de povos indígenas ou ribeirinhos. “Hoje nós temos uma Amazônia completamente urbanizada”, disse, ao indicar que 71,74% dos habitantes dos nove estados-membros, moram em área urbana, o que resulta em um mercado consumidor com oportunidades para a horticultura e agricultura.

A fraqueza científica foi outro ponto exposto por Kingo Oyama para embasar as fragilidades do setor. A escassez de recursos humanos habilitados para desenvolver pesquisas científicas é um dos fatores que contribui para a atual situação da horticultura na região.   

O representante da Embrapa abordou também os pontos fortes da horticultura brasileira e regional. A redução do desmatamento da Floresta Amazônica tem sido, de acordo com Oyama, um ponto positivo na política voltada para a região. Outro bom exemplo apresentado pelo palestrante foi o tratamento dado a produtos como o açaí e o frango, que tiveram excelente desempenho no mercado nacional e internacional nos últimos anos. “Eu acho que o desmatamento na Amazônia teria sido muito maior, se não tivéssemos essa produção de frango”, considerou. “Hoje você pode ir para qualquer capital brasileira que você encontra polpa de açaí”, expôs.

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