Discriminação e ações de políticas afirmativas são a tônica do Dia da Consciência Negra

A conferência de abertura "As identidades étnico-raciais no Brasil e a políticas de ação afirmativas", proferida pela professora do Instituto de Natureza e Cultura de Benjamin Constant UFAM-INBC), e do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura da Amazônia (PPGSCA), Renilda Aparecida Costa de Liz, marca o início das comemorações do Dia da Consciência Negra (20) com o tema "Negros do Amazonas e as políticas Públicas Brasileiras". O evento faz parte do Programa de Extensão "Nossa África", da Pró-reitoria de Extensão e Interiorização (Proext) e ocorre até quinta-feira (19), no auditório Rio Solimões, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL).

A professora Renilda Liz contextualiza questionando quais foram as configurações sociais, políticas e intelectuais que fizeram com  que a temática de reconhecimento das identidades étnico-raciais pudesse fazer parte de uma agenda de implementação de política pública no Brasil. De acordo com a professora, isso não é algo de novo em nossa atualidade, pois existem caminhos construídos em nosso país que têm muito a ver com a atuação do movimento negro, como também do indígena.

Segundo a professora, na história de formação da sociedade brasileira, as relações raciais foram bastante complexas. A constituição do elemento indígena, que já vivia no território antes do descobrimento, a vinda dos portugueses, dos escravos africanos e depois vários outros grupos raciais, foram os responsáveis pela diversidade racial brasileira. Nessa interação de diversos grupos raciais, não houve o acesso para a construção de uma nação igualitária nos bens produzidos socialmente, principalmente quando se trata de uma economia sustentada pela escravidão.

Para ela, a sociedade vivencia o crescimento de intolerância e de discriminação racial nos últimos tempos, não somente no contexto nacional, mas também no internacional. Renilda Liz acredita que a sociedade, como um todo, mantém um sistema de exclusão e hierarquização. Dentre eles, a professora aponta três categorias: raça, classe e gênero. Segunda ela, as relações raciais foram construídas no Brasil de forma equivocada.

A professora é bastante otimista quando fala sobre os avanços na criminalização do racismo. "Enquanto pedagoga, falo no campo educacional, existem esforços para que as políticas públicas sejam implementadas efetivamente no âmbito federal, estadual e municipal. Entretanto deve haver um conjunto de ações articuladas para que isso possa concretizado", comenta a professora.       

Estavam presentes na solenidade de abertura, representando a reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professora Márcia Perales, o professor Nelson Noronha; o coordenador do Programa de Extensão Nossa África, da Pró-Reitoria de Extensão e Interiorização (Proext), professor Hideraldo Lima, representando a direção do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), professor Nelson Ney; o representante da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC), professor Nilton Carlos; e a representante da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Fabiane Fany.

O evento objetiva mostrar à sociedade amazonense que a luta contra a discriminação racial fica mais forte quando atores de diversas instituições se unem em torno de um objetivo comum: o combate à discriminação racial contra negros e índios no Amazonas.  

 

  

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