“A luz é o futuro da transmissão de dados rápida e segura”, revela professor da UFAM
Professor é membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Nanodispositivos e Semicondutores
A palestra intitulada “A Luz como futuro”, ocorrida no dia 23 de outubro, no Instituto de Ciências Exatas da UFAM, mostrou a importância que estudos relacionados à luz como forma de transmissão de informações têm alcançado nas últimas três décadas. Hoje em dia, já é possível ver muitas aplicações da luz na eletroeletrônica, como nos sensores infravermelhos e nos hologramas, espécies de fotos tridimensionais de alta resolução que permitem a observação a partir de vários ângulos.
A área que estuda a interação entre luz e matéria, a Fotônica, será a precursora da microeletrônica na transmissão de informações. A próxima etapa é o surgimento da Optrônica, cujo objetivo é associar fotônica e a eletrônica, permitindo a ampliação dos usos da luz. O pesquisador do Departamento de Física do ICE, professor Eduardo Cotta, explica que, na Optrônica, dispositivos com propriedades eletrônicas que geram luz serão mais comumente utilizados. “O processo será mais rápido, mais eficiente e mais confiável. Se hoje você tem um processador com capacidade em giga-hertz, com aplicação da optrônica essa capacidade dá um salto para um processamento em tera-hertz”, exemplificou Cotta.
Outro diferencial em relação à microeletrônica é o barateamento do custo de produção, pois para se transmitir a mesma quantidade de dados por processos que utilizam a luz como meio será possível consumir menos energia. “Se você consome menos energia para realizar a mesma tarefa com maior eficiência e segurança, também contribuiu com o meio ambiente”, destacou o professor ao elencar as vantagens da luz como meio alternativo e ecológico para transportar imagens, sinais de áudio ou vídeo, além da aplicação em análises científicas.
Público era composto por alunos de graduação da FT e do ICEUm dos objetivos da palestra era apresentar a luz como fonte de criptografia inquebrável ou quântica. A criptografia clássica teve início durante a Segunda Guerra Mundial, e o método permitia a transferência segura de dados protegidos dos inimigos. Nos anos 1980, o aumento da necessidade de processamento para codificar e decodificar as chaves criptografadas dificultou o avanço daquela técnica inicial. Foi quando surgiu a criptografia quântica, cuja principal vantagem era permitir saber se a informação foi ou não violada no trajeto. Esse modelo utiliza a polarização da luz através de protocolos desenvolvidos desde 1984.
Aluno do curso de Engenharia Química, Helder Guerreiro, 17, ainda está cursando o segundo período e já pensa sobre as oportunidades que terá no futuro a partir do uso da luz nessa área. “A Engenharia Química envolve muitas áreas, como eletrônica, física e outras, então esse aprendizado pode nos beneficiar na hora de fazer um projeto interdisciplinar”, explicou.