UFAM é um dos membros da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Amazonas
Durante três séculos (XVI a XIX), o Brasil foi palco da escravidão negra africana. A mão-de-obra escrava foi um dos principais pilares do período colonial brasileiro, gerando lucros, exploração e constituindo peça fundamental na formação da população brasileira. Hoje, mais de dois séculos após a abolição da escravatura, pouco se sabe os detalhes do tempo da escravidão em nosso País.
Neste segundo semestre, a Universidade Federal do Amazonas passou a ser um dos membros da Subcomissão da Verdade da Escravidão Negra no Amazonas, da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Amazonas (OAB-AM). Essa Subcomissão é vinculada a Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, composta por 39 membros, empossada em fevereiro de 2015, na sede da OAB em Brasília.
Professora Patrícia Melo Sampaio (UFAM)A Comissão Nacional tem a função de promover o resgate histórico desse período, a aferição de responsabilidades e a demonstração da importância das ações de afirmação como meio de reparação à população negra. Para que a Comissão Nacional atinja seus objetivos, a OAB firmou parcerias com diversas universidade e entidades, que ajudarão no desenvolver das atividades e nas pesquisas.
Em Manaus, a Comissão Estadual, criada em agosto, conta com 10 membros, sendo dois da UFAM: professora Patrícia Melo Sampaio, do departamento de História, e Juarez da Silva Júnior, mestrando do Programa de Pós-Graduação (PPG) em História da UFAM. Ambos são um dos Membros Pesquisadores da Subcomissão, e trabalham há mais de 20 anos com a temática da escravidão negra no Amazonas.Juarez da Silva Júnior, mestrando do PPGH-UFAM
O convite para participarem da Subcomissão, foi uma iniciativa própria da OAB-AM, através do advogado Adjailson Souza, presidente da Subcomissão, e que já conhecia a vasta dedicação dos pesquisadores da UFAM na temática da escravidão negra. A professora Patrícia Sampaio desenvolve projetos de pesquisa sobre a presença negra na Amazônia, no PPG em História, e Sociedade e Cultura na Amazônia. Juarez Júnior tem uma trajetória singular ao da Docente, com forte atuação nos movimentos sociais de negritude.
Na Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Amazonas, os pesquisadores irão colocar à disposição dos membros, e depois da sociedade, as experiências de pesquisa, e produção, para que assim alcancem o objetivo da Comissão Nacional. Em outubro será apresentado o primeiro relatório da escravidão negra no Amazonas. A perspectiva de conclusão dos trabalhos é de dois anos.
Para Juarez, “a população negra e sua contribuição precisam ser evidenciadas, ao invés de negadas como tem sido ao longo do tempo”. Já para a professora Patrícia, as experiências dela e do mestrando, “contribuem para a construção de um País menos desigual, mais justo e sem preconceito”.
A Comissão tem uma Fan Page no Facebook: Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil.