UFAM discute Ensino Indígena Superior
Na manhã desta terça-feira (30), o Curso de Licenciatura Indígena, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), deu início uma série de discussões sobre a educação indígena atual, e a proposta política, pedagógica e lingüística do próprio Curso.
É o terceiro ano que o colegiado da Licenciatura realiza essas discussões, sempre com o objetivo de convidar professores não só da UFAM, como também de outras instituições, a conhecerem o sistema pedagógico diferenciado da Licenciatura e colaborar com a mesma. Segundo a professora Ivani Ferreira de Faria, uma das coordenadoras do Curso, o Evento faz parte das estratégias de divulgação.
“A idéia é mostrar o Curso, como ele funciona. É o primeiro Curso Indígena Superior a trabalhar com a metodologia do ensino via pesquisa e currículo pós-feito. Ele é Indígena Superior, e não Superior Indígena, para contrapor essa idéia de padronização, massificação de um modelo único de cursos superiores no Brasil”.Professora Ivani de Faria
E esse foi o principal debate colocado pela Professora, no primeiro dia de Evento: discutir qual a diferença de um curso/ ensino indígena superior para um ensino superior indígena. Essas perguntas já fazem parte da proposta teórico-política metodológica do Curso, chamada pela professora Ivani como proposta de descolonização.
“A Licenciatura produz conhecimento através da pesquisa. Os povos indígenas tem que ser os sujeitos desse processo, e não objetos de estudo, ou objetos dos processos, para que assim possam criar num tempo bem próximo, as suas próprias escolas autônomas, independentes, com suas epistemologias e cosmovisões”, disse Ivani.
Diálogos continuam por mais duas manhãs
Nos dias 01 e 02 de julho, o foco do Evento será a discussão de todas as pesquisas que os indígenas já vem desenvolvendo no Curso, e como isso se insere na idéia da autonomia, de uma educação própria para os alunos. Após isso, ocorrerá um debate sobre a política lingüística, e a proposta teórico-metodológica e pedagógica, do Curso de Licenciatura.
Os encontros acontecem na sala 14, do Bloco Mário Ypiranga Monteiro do ICHL, setor norte do Campus Universitário, e são abertos à comunidade universitária e sociedade.