Grupo discute mobilidade urbana com exibição de documentário e convida para nova discussão nesta quinta-feira, 25

Próximo encontro entre docentes e técnicos terá presenta de gestores municipaisPróximo encontro entre docentes e técnicos terá presenta de gestores municipais

Professores de cursos da Faculdade de Tecnologia, Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), além de alunos da Universidade Federal do Amazonas se reuniram, na tarde de ontem, terça-feira, 23 e se encontram novamente, amanhã, às 14, quinta-feira, 25, na Faculdade de Tecnologia, para discutir mobilidade urbana em Manaus.

A discussão foi iniciada há algumas semanas, quando da promoção de audiência pública reunindo a comunidade acadêmica e gestores da Prefeitura, que vieram à Universidade coletar sugestões sobre mobilidade.

Segundo os organizadores dos encontros, é preciso que a Instituição e os membros da comunidade acadêmica participem do processo de diálogo com o Executivo, de forma a debater melhorias na cidade com vistas às próximas décadas.

À mesa de abertura do evento, estiveram os professores Geraldo Alves, da Geografia, Taís Furtado, do curso de Arquitetura e Urbanismo, Ana Maria Seráfico e Professor Sérgio Augusto Pinto Cardoso, Engenharia Civil, além Nelson Nakauara, do Design.

O professor Sérgio Augusto Pinto Cardoso chamou a atenção para o fato de Manaus precisar elaborar o plano de mobilidade, uma imposição do governo federal para que não haja corte de recursos.

“A lei sobre a pauta foi promulgada em 2012 e até abril deste ano, esse plano precisaria ser discutido, apresentado e votado. Nossa preocupação é a de que esse processo não pode acontecer de forma descomprometida e unilateral, por isso é necessária a participação maciça. Não é apenas despender da escolha de um modal, mas dar direito de outros existirem”, observou.

Representando a sociedade civil organizada, por meio de um movimento denominado Pedala Manaus, Paulo Aguiar e os egressos do curso de Engenharia Florestal, Alberto Peixoto e Keyce Jhones.

Aguiar afirmou que há aproximadamente cinco anos, não se ouvia ou lia sobre a utilização de bicicleta como opção de modal. Nem mesmo o poder público, segundo ele, tem informações sobre as pessoas que utilizam esse meio de transporte.

“Hoje já se discute bicicleta em Manaus. E nós temos colaborado no sentido de municiarmos os gestores com informações para que pensem em políticas públicas. Manaus, assim como tantas outras cidades brasileiras, não são planejadas para receber tantos carros. Mais que isso, estimulam a utilizam de veículos mesmo quando não podem abarcá-los. Temos de repensar essa questão. Em 2020, o mundo terá 2 bilhões de carros, mais caos e consequentemente, mais doenças. Hoje, no País, pessoas passam em média três horas no trânsito”, salientou. Em Manaus, mais de 70% dos deslocamentos são abaixo de cinco quilômetros.

Documentário – Durante o encontro, os egressos da UFAM e integrantes do movimento da sociedade civil para discussão do projeto de Mobilidade Urbana, Alberto Peixoto e Keyce Jhones, exibiram o documentário Bikes vs. Carros, em que onde motoristas, ciclistas, taxistas, governantes, especialistas e pedestres das grandes metrópoles de diferentes países, colocam seus diferentes pontos de vista sobre o desafio global de enfrentar as cidades sobre os nossos anseios, sobre o que queremos de fato.

Dirigido pelo sueco Fredrik Gertten, da WG Films, o filme teve sua première internacional em Malmö, na Suécia, em março, mas já rodou o mundo, passando por Espanha, Reino Unido, Colômbia, Austrália e Estados Unidos, entre outros.

Entre as muitas observações inseridas no filme estão a de que, em Los Angeles, cidade dos Estados Unidos, que já teve o título de melhor sistema de transporte do mundo, 70% da área urbana é para alocar estacionamentos. Em Toronto, no Canadá, um pedestre é atropelado a cada três horas e um ciclista é atropelado a cada 7 horas.

O Brasil também foi mencionado de forma negativa durante o comentário, ao relembrar o caso do jovem que ia para o trabalho, de bicicleta, quando foi atropelado por um carro. O motorista arrancou o braço do ciclista e jogou o membro em um igarapé. O rapaz sobreviveu e recebeu a doação de um novo membro.

Em contrapartida, as cidades de Copenhague, na Dinamarca e Amsterdã, na Holanda, foram citadas como locais em que há um equilíbrio entre modais. Em Copenhague, quatro de cada cinco habitantes têm bicicleta. Coincidentemente, Amsterdã e Copenhague são as únicas que não têm indústrias automobilísticas nacionais. O lobby do setor automobilístico, inclusive, foi citado como o principal fator de as metrópoles estarem aborratadas de veículos, quando no início do século passado iniciaram, com os respectivos governos, uma verdadeira ação para construção de eixos viários.  

Assista ao trailler do documentário: https://www.youtube.com/watch?v=et8iEIPhooM

 

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