`Medicina e saúde na diáspora africana´ é tema de palestra no segundo dia do África, um continente a conhecer

Na manhã desta terça-feira, 26, no auditório rio Solimões, do Instituto de Ciências Humanas Professora Keith BarbosaProfessora Keith BarbosaLetras (ICHL), professores e alunos de História, Pedagogia, entre outras áreas, tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho de doutorado da historiadora Keith Barbosa, intitulado `Medicina e saúde na diáspora africana: um cirurgião nas rotas do mundo atlântico, século XIX´.

Durante quatro anos, a professora do departamento de História da UFAM investigou a experiência cotidiana dos escravos em uma importante plantation (plantação) cafeeira instalada no Vale do Paraíba Fluminense, microrregião do estado do Rio de Janeiro. Nos resultados da pesquisa, a Historiadora identificou que a experiência de trabalho para esses africanos foi extremamente dolorosa e cruel para a história desses indivíduos escravizados no Brasil.

“Eu apresentei um panorama das novas abordagens que a História vem pensando pra entender a experiência escrava no Brasil. Então a saúde, a doença, a história da medicina, hoje, revelam experiências muito particulares da escravidão no Brasil. E isso é um campo promissor, aberto pra pesquisas, e pode nos ajudar a repensar nossa história”, justificou a Professora.

Diálogos interdisciplinares na produção científica

O tema da Tese da professora Keith Barbosa, sobre o cotidiano nas plantations cafeeiras que marcaram a história da escravidão no Rio de Janeiro do século XIX, surgiu do amadurecimento de um outro assunto defendido no mestrado, que tratou das experiências de mortalidade dos africanos nos portos do Rio de Janeiro, fazendo assim uma conexão com o litoral africano.

Ambas as pesquisas só foram possíveis de serem realizadas porque a Professora recorreu a fontes de outras áreas do conhecimento. Segundo ela, esse diálogo da História com outras disciplinas é válido principalmente quando há escassez de informações. “Hoje a História é construída também com a contribuição de outras ciências como a Geografia, e a Literatura, dado a dificuldade de fontes de documentação. Logo utilizamos outros caminhos, esse diálogo mais intenso, pra reconstruir a história dos africanos no Brasil”, orienta. O próximo passo da Historiadora é amadurecer essas experiências escravas, desta vez na região amazônica, pois existem poucos trabalhos. Um campo aberto para outros pesquisadores. 

 

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