Direitos territoriais marcam discussões no Seminário Internacional sobre Cartografia Social do Brasil, Quênia e Zimbábue

O I Seminário Internacional: Cartografia Social de Povos e Comunidades Tradicionais no Quênia, Zimbábue e Brasil objetiva o intercâmbio científico entre universidades do Quênia e do Brasil, visando o mapeamento social e análise comparativa de povos tradicionais, dentre outros. A solenidade de abertura ocorreu nesta segunda-feira (25), no auditório Rio Negro do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), Setor Norte.

Na composição da mesa de abertura estavam presentes, representando a reitora, professora Márcia Perales, o assessor da Assessoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (ARII), professor Naziano Filizola, a reitora da Universidade de Nairobi, professora Patrícia Kameri-Mbote, Presidente Executivo da Aliança da Terra do Quênia, Richard Odenda Lumumba, o Assessor de Programas da Fundação Ford, Aurélio Vianna Jr., a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia (PPGSPA) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e o coordenador do evento e também do Instituto Nova Cartografia Social, professor Alfredo Wagner Berno de Almeida.

Em seu discurso de abertura, o assessor da Arii, o professor Naziano Filizola, disse que refletir sobre os povos tradicionais tem sua importância, uma vez que há aspectos comuns com os países africanos, o qual exemplifica um projeto de pesca e aqüicultura, em Moçambique, em que há semelhanças entre as atividades desenvolvidas na Amazônia e a África, sob o ponto vista  das necessidades básicas.

De acordo com ele, existem algumas dificuldades para colocar adiante o projeto, entretanto, aliado a força de vontade e parceria com outras Universidades Brasileiras tem consolidado essa iniciativa com sucesso. “A interlocução com os povos africanos tem nos colocado numa posição de aprendizagem. É, nesse sentido que temos muito a aprender nesse Seminário com os países participantes e desejo a todos boas vinda e um ótimo evento”, completa o assessor da ARII.     

Para o representante da Fundação Ford, Aurélio Vianna Jr., essa iniciativa é uma tentativa de estreitar o intercâmbio entre as instituições do sul global para enfrentar problemas como ocorrem em diferentes países de forma simultânea. Segundo ele, tudo começou, em 2013, com um seminário organizado no Quênia focado na temática dos direitos territoriais de comunidades tradicionais.

“Naquele seminário com a presença de professores e representantes de movimentos sociais do Brasil, verificou-se, mesmo com diferenças muitos grandes, os desafios eram comuns. A solução encontrada foi o reconhecimento dos direitos territoriais enfrentada nos países africanos”, comenta Aurélio Vianna Jr.   

Na programação, a doutorando do Programa de Pós-Graduação da Universidade do Pará, Sheila Dourado, proferiu palestra sobre a legislação recente voltada a populações tradicionais e comunidade no Brasil. De acordo com ela, no Brasil existem normas que protegem a diversidade cultural e a Amazônia, além da diversidade biológica, apresenta uma enorme diversidade sócio-cultural. “Essa discussão torna-se importante para o empoderamento desses grupos que são culturalmente distintos, além dos povos indígenas, temos: os quilombolas, ribeirinhos, pescadores, as quebradeiras de coco babaçu, uma variedades de categorias, agentes sociais que estão reivindicando territórios, afirmação ética, direito de participação e outros”, disse a professora.  

Participam do Seminário:

- Coordenação das Nações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB);

- Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas (CONAQ);

- Federação das Organizações Quilombolas do Município de Barreirinha (FOQB);

- Movimento dos atingidos pela base espacial de Alcântara (MABE);

- Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB);

- Associação dos Artesãos do Rio Jauaperi (AARJ);

- Associação de Moradores do Bairro Novo, Penalva (MA);

- Associação dos Moradores do Quilombo rural da Ilha de Camaputiua (MA);

- Associação dos Moradores Comunidade Remanescente de Quilombos de

Cachoeira Porteira - Amocreq-Cpt (PA).

 

BCMath lib not installed. RSA encryption unavailable