Semanas de Educação e Fisioterapia têm palestra sobre transtorno de desenvolvimento, cuja prevalência é entre crianças
Abordagem sobre Transtorno do Desenvolvimento abriu atividades das Semanas de Fisioterapia e Educação Física
A Faculdade de Educação Física e Fisioterapia iniciou nesta quarta-feira, 4, as atividades da XXIII Semana Acadêmica de Educação Física e II Semana Acadêmica de Fisioterapia. O evento vem sendo realizado no auditório da Faculdade e começou com a palestra "Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação: Identificação, Avaliação e Intervenção", do professor da FEFF/Ufam Lúcio Fernandes Ferreira. A doença foi abordada em suas especificidades, uma vez que compromete a vida cotidiana e escolar de crianças. Uma compilação de estudos entre os anos 1994 e 2009, apontam que a prevalência do transtorno entre 6% e 15% do público infantil no País, dos cinco aos onze anos. No Amazonas, essa porcentagem chegaria a 22%.
"É importante falar sobre essas doenças porque nossas competências como profissionais da Fisioterapia e Educação Física, vão além do nicho esportivo ou artístico, tem de de ser pensado também como caráter social, de saúde, de uma forma mais ampla", salientou.
Segundo o palestrante e também pesquisador, a literatura trata do transtorno em alguns aspectos, quanto à terminologia, à prevalência, ao impacto no desenvolvimento, à origem, intervenção, identificação e avaliação, em maior número a partir da década de 1980. A origem ainda não tem uma determinação exata, mas poderia ser fisiológica, multisensorial ou como afirmariam algumas correntes de pesquisa, resultantes de uma imaturidade cerebral.
"Esse é um transtorno cujo diagnóstico não pode ser fechado antes dos cinco anos de idade. Deve ser dado diante de uma interpretação multiprofissional para assegurar que o tratamento será eficaz e adequado, de forma a garantir qualidade de vida às crianças e por que não dizer, aos pais, que estarão seguros quanto a como deverão conduzir a vida de seus filhos. Em muitos casos, podemos dizer que em 50% dos diagnósticos, há a incidência de outros transtornos, como a hiperatividade, por exemplo, então é preciso muita cautela e o máximo de estudo sobre", disse.
Alguns dos primeiros sinais que devem ser observados - e se conta com os pais e professores para se observar ações adversas - estão a inabilidade de as crianças segurarem objetos e, costumeiramente, machucarem-se ao bater em móveis.
Participação de alunos foi satisfatória, segundo organização do evento
Os impactos na vida das crianças, além dos que influem na apreensão escolar, podem ser percebidos no quesito comportamento social: causando inibição, baixa autoestima, isolamento e demonstrações de infelicidade. Caso não haja intervenção, a doença persistirá ao longo da vida.
Sobre o tratamento, o professor e pesquisador afirmou que o teste MABC foi desenvolvido especificamente para ser utilizado nos estudos. No Brasil não há instrumentos de avaliação em processo de validação, mas outros estão sendo disseminados como forma de ajudar na recuperação das crianças, como o KTK, Rosa Neto e o TGMD. O tratamento deve ser multidisciplinar e por três vezes na semana.
"Os transtornos de desenvolvimento são assuntos que a mim interessam significativamente, tanto que criamos um espaço, aqui mesmo na Ufam, para estudarmos e discutirmos. Precisamos produzir mais nesse sentido. A cada 15 dias, nós nos reunimos na Feff para receber ideias e conhecer outras alunos e professores interessados no tema", revelou.
Programa de Pós-Graduação - Durante o evento, o presidente da Comissão de Organização das duas Semanas, professor João Libardoni, falou da importância do encontro e como ele pode ajudar o curso a ampliar sua atuação na formação dos profissionais de Educação Física e Fisioterapia.
"Este é um momento em que reunimos alunos e professores a fim de debater, apresentar e avaliar o que a Feff vem fazendo no âmbito da pesquisa, ensino e extensão e buscar conscientizar os alunos e docentes sobre a necessidade de produzirmos cada vez mais buscando a qualificação do nosso curso para que conquistemos um programa de pós-graduação. A ideia é que até o final deste ano, pretendemos alcançar esse objetivo", informou.