Faced tem sua segunda tese defendida, com o tema: "O patrimonialismo como cultura institucional no IFAM"
A coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas promoveu na manhã de sexta-feira, 9, a defesa de sua segunda tese de doutorado, intitulada "O patrimonialismo como cultura institucional no Instituto Federal de Educação de Ciência e Tecnologia do Amazonas - IFAM", elaborada por Arone do Nascimento Bentes. A apresentação se deu no auditório Rio Alalaú, na Faculdade de Educação (Faced), setor Norte da Instituição.
Segundo o doutorando, a tese apresentou um estudo sobre o patrimonialismo como cultura institucional do Instituto desenvolvida ao longo de sua trajetória histórica. As questões que nortearam o trabalho envolveram em que perspectiva o patrimonialismo consolida-se na Instituição, como projeto nacional incorporado por Afonso Pena e Nilo Peçanha, à luz de elementos conceituais que subsidiam uma teoria sobre a Instituição desde sua implementação, como política republicana até os dias atuais. A pesquisa teve base documental e seguiu a perspectiva da interpretação dialética à luz do materialismo histórico.
Para compor a banca foram convidados o professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), prof. Dr. Gaudêncio Frigotto, uma das maiores autoridades no campo da educação e trabalho; o pesquisador da área da Educação da Universidade Federal do Pará, Prof. Dr. Ronaldo Lima; a coordenadora do Programa de Pós-graduação Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), Prof. Dra. Marilene Corrêa da Silva Freitas, a Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faced/UFAM, ´prof. Dra. Arminda Rachel Botelho Mourão, além da Presidente da banca, a diretora da Faculdade de Educação (Faced), prof. Dra. Selma Suely Baçal de Oliveira, orientadora do então doutorando.
Professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Prof. Dr. Gaudêncio Frigotto, considerou que, até a década de 1980, do ponto de vista da função social, as IFs, cumpriram a rigor o que lhes era pedido.
“Sobre as suas considerações, podemos concluir que se a lei não obrigar e a sociedade não se contrapor, em breve teremos um modelo de escola tecnológica e daí, consequentemente, acaba o Ensino Médio. E se você olha a ideia dos institutos sob a ótica de as mesmas terem status de universidade, a perspectiva do patrimonialismo pode ser reiterada, por isso vejo a importância da sua tese”, afirmou.
A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faced/UFAM, prof. Dra. Arminda Rachel Botelho Mourão, fez uma análise sobre o patrimonialismo de uma forma geral no setor público.
“Por mais que a instituição estabeleça critérios de seleção no que se refere à participação de pesquisadores e docentes em projetos em editais, existem determinações do governo federal para que a discussão da cultura patrimonialista se instale nas instituições e isso não ficou evidente no seu trabalho e eu até entendo, porque quando a gente trabalha no local que será o nosso sujeito de pesquisa, fica difícil evidenciar algumas questões. Mas eu colocaria pelo viés da gestão democrática para discussão, para não fugir ao método”, ressaltou.
A coordenadora do Programa de Pós-graduação Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), Prof. Dra. Marilene Corrêa da Silva Freitas, afirmou, em seu pronunciamento, que o maior desafio da tese defendida foi colocar o Ifam como palco e como objeto, e também como sujeito, não só do ponto de vista material, dialético, mas também crítica.
“O Ifam é sujeito, porque tem uma individualidade histórica, portador de estrutura de significação, e porque produz sentidos e consequência, como ponto de vista causal e das contradições. Esse é um desafio que não se fecha, é aberto. Essa é a primeira observação que faço. A segunda é em relação a estrutura clara, objetiva, pedagógica, mas é também, em si, um desafio. Não que a sua tese não tenha sido concluída, mas você lançou um problema para vários pesquisadores brasileiros”, disse.
Após a apresentação, considerando o conteúdo apresentado, os integrantes da banca aprovaram a tese, concedendo a Arone do Nascimento Bentes, o título de doutor.