Joao Paes Loureiro profere palestra no I SISCultura

Com o tema `A Cultura à luz da Teoria Crítica´, a palestra proferida pelo professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), João Paes Loureiro, integrou a programação do I Seminário Internacional Sociedade e Cultura na Panamazônia: Interdisciplinaridade, desafios e perspectivas, cujo objetivo é consolidar e intercambiar discussões contemporâneas sobre a interdisciplinaridade: agendas, formação, questões, pautas e objetos de pesquisa, diversas e comuns, sobre as sociedades amazônicas. A programação encerra-se nesta sexta-feira, 17, no auditório Rio Solimões, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), Setor Norte. Veja a entrevista concedia para a Assessoria de Comunicação da Ufam:

Ascom:Dentre outras coisas, João Paes Loureiro pontua questões relacionadas à Amazônia, cultura e arte. Ao discursar sobre a cultura local, ele diz que ninguém acredita que nada tem significado provindo da cultura nativa, o que o senhor pensa sobre isso?

João Paes Loureiro:De um modo geral, mesmo pelo sistema de ensino e o de pesquisa, não se dá prioridade para se compreender a Amazônia, a partir dela própria, procurando novos significados, novas formas de conhecimento propiciadas pela sua cultura e pela experiência humana nela condicionada. Há pessoas que fazem isso na quantidade e na divulgação suficiente para que se possa criar nova maneira de vê a região, respeitando as suas realidades originárias e as interprestando de forma atual, porque elas são ricas de interpretação de uma dimensão para própria atualidade.

Ascom: O senhor traz o conceito de transacionalidade, a partir do processo de criação artística. O que o senhor quer dizer com isso?

JPL:Quanto falo que a melhor postura que se pode ter é aquela definida pela noção de transacionalidade, de transação, ou seja, de uma relação que uni as pessoas sem que uma fique dependente da outra, uma relação de iguais. Isso é fundamental para integração da nossa realidade artística com o mundo e vice-versa. Mas, para que isso possa acontecer de forma criativa, madura e segura, há necessidade de que nos possamos conhecer tanto a nossa realidade artística  e  cultural quanto a de fora da Amazônia, a do mundo. Esse conhecimento de mundo é fundamental também, porque as coisas evoluem em todos os lugares e nos temos que apreender os avanços técnicos, as inovações da linguagem para poder transacioná-las com o nosso processo de criatividade e da nossa maneira de evoluir a nossa expressão.

Ascom:A concepção de hibridismo relatada pelo senhor, é uma forma de mostrar uma nova Amazônia no contexto mundial?

JPL: Acho que de uma Amazônia como ela é mesmo no contexto mundial, por que a Amazônia como é conhecida de forma um pouco diminuidora, um pouco como reserva das coisas, extrativista, seja parte material cultural e simbólica  são muito forte em nossa região. O que nós precisamos é ter uma cadeia produtiva intelectual e artística, partindo dos materiais primários existente no lugar, trabalhá-los, refiná-los, elaborá-los e transformá-los em outro produto.  Acho que do ponto de vista artístico cultural, esse itinerário é equivalente para desenvolver o produto final, ou seja, o livro, o romance, o poema, o quatro, uma peça de teatro, a coreografia, etc, que seria o produto final de uma elaboração simbólico que nasce das nossas origens.                                 

 

 

 

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