Professora Valdete Carneiro, da Faced, profere palestra no Fórum de Licenciaturas 2014

A formação do professor é uma constante na palestra proferida pela professora da Faculdade de Educação (Faced) Valdete Carneiro, a qual contextualiza a história do Fórum de Licenciaturas e apresenta propostas do Plano Nacional de Educação, durante o IV Encontro Regional de Didáticas de Ciências e Matemática.

A palestra ocorreu na última quarta-feira, 17, no auditório da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA). Na ocasião, a Assessoria de Comunicação da Ufam (Ascom) entrevistou a professora na qual pontua fatores importantes para o desenvolvimento de ações para a formação profissional. Veja a seguir:

Ascom: Desde o surgimento do Fórum de Licenciaturas (FL), do qual a senhora foi protagonista, as discussões em torno da formação do professor ainda não estão consolidadas em sua totalidade. O que falta para acelerar o processo de desenvolvimento das ações de qualidade de ensino no Estado?

Valdete Carneiro:  Cada um de nós servidores públicos deve ter a autociência sobre a Instituição, no sentido de assumir os rumos dela, isso somente pode ocorrer a partir do desenvolvimento de projetos fundamentais para a formação do professor. Exemplo disso é o Fórum de Licenciaturas, que até hoje está aberto para novas discussões, possibilitando trazer mais vigor nos diálogos e, consequentemente, poder levá-lo a responsabilidade de assumir e desenvolver na Universidade novas discussões, no que diz respeito a formação do professor.  

Ascom: Durante a apresentação da palestra, a senhora contextualiza historicamente o surgimento do Fórum de Licenciaturas. Como a senhora avalia a atuação do Fórum desde 2010, quando foi criado, até os dias atuais?

VC: Aquele momento foi muito rico. A organização foi esplêndida. Participei de todo o debate e das conferências. Aquilo foi um prêmio, porque as abordagens realizadas foram para o avanço das ideias de renovação. Então, é preciso ter o hábito de discutir e se tornar, a partir dos pressupostos colocados pelos conferencistas, uma força atuante de se fazer acontecer no que estamos proponho, dando importância a condução das licenciaturas e se colocando como espírito novo de projeto de educação que o Brasil tem a oferecer, disponível na própria Constituição Brasileira, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB-1996) e as emendas constitucionais apropriadas na atualidade.

Ascom: Dentre os tópicos apresentados, a senhora discorre sobre questão da Ética como princípio para a busca da Felicidade. Como a senhora adéqua essa questão aos processos de formação do professor?

VC: A formação de professores tem altos e baixos no cenário brasileiro. Nós tivemos momentos na história em que a formação profissional durante a ditadura militar foi aligeirada com criação das Licenciaturas Curtas com rumo completamente avesso ao ideário do que é, realmente, sustentar a formação do professor. E, hoje temos uma política que está um pouco mais dentro da perspectiva pela busca da felicidade com o Principio da Valorização. É claro que, durante o caminhar, nós professores deixamos de aprofundar o conhecimento daquilo que é fundamental para formação e do exercício da profissão. Entretanto, a classe política dominante quer podar esse principio da valorização desviando a atenção para outras esferas secundárias.

Ascom: No contexto profissional, a senhora destaca a alteridade como ferramenta de apropriação do conhecimento. A partir daí, fica mais fácil conhecer o outro efetivando o profissional como elemento de formação do cidadão?

VC: Hoje o projeto da educação brasileira extrapolou, e não se limita somente à transmissão de conhecimento. O profissional da Educação prioriza a formação cidadã na perspectiva de que o outro participe. Por isto a formação é superior: para que se aprenda a investigar na a sala de aula, resignificando o espaço de aprendizagem.      

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