Conselheiros repudiam depoimento de representante da OAB

"Vídeo não reflete a realidade", afirma conselheira Marina Araújo"Vídeo não reflete a realidade", afirma conselheira Marina AraújoEm reunião ordinária realizada na manhã desta sexta-feira, 29, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) abordou o tratamento dado à Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e à reitora da Instituição, professora Márcia Perales, em vídeo apresentado pela Comissão de Combate ao Assédio Moral na audiência pública realizada ontem na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas.

Os conselheiros manifestaram repúdio à forma como a Universidade foi apresentada e, principalmente, ao depoimento do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Epitácio Almeida. Na avaliação da professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), Cíntia Correa, houve a intenção de expor a Instituição de maneira negativa e injustificada por parte dos membros da Comissão. “A Universidade foi tratada de forma injusta já que o tema é de importância social, pois existe em todo o ambiente de trabalho, não somente na Ufam. Foi um ataque direto à Instituição e eu me senti muito indignada”, disse a professora que integra uma das comissões responsáveis por apurar desvios de conduta dos servidores da Ufam. “Eu sou professora da Universidade há quase 20 anos e venho trabalhando durante todos esses anos em processos de sindicâncias. Agora mesmo estou em um processo administrativo e não vejo a omissão da Ufam como foi mencionado em alguns depoimentos”, declarou a professora.

"A Ufam foi tratada de forma injusta", diz conselheira Cíntia Correa"A Ufam foi tratada de forma injusta", diz conselheira Cíntia CorreaA professora da FCF reconhece a relevância do tema, a importância da discussão sobre ele, mas enfatiza ser necessária a participação de todos os envolvidos para que o debate tenha legitimidade. “Acredito que é um tema importante a ser discutido, mas que os atores envolvidos tenham também a oportunidade de mostrar o que vem fazendo. Então creio ser absurda a colocação de que a Universidade não está fazendo nada, que ela é um verdadeiro caos, que está sendo administrada de uma forma absolutamente irresponsável. Eu discordo totalmente disso”, enfatizou a conselheira.

A professora da Faculdade de Direito, Marina Araújo, também reprovou a postura dos membros da Comissão de Combate ao Assédio Moral. “Estou indignada, enojada até, porque eu vi uma situação irreal que não acontece aqui”, defendeu a conselheira. “Acredito que a ofensa à Universidade, uma instituição que tem prestado serviços, foi de última categoria, de baixo nível, indigno da OAB”, comentou.

Segundo a conselheira, o depoimento do representante da OAB revelou-se machista por tentar desqualificar uma mulher que está na liderança de uma instituição. “Houve uma ofensa moral às mulheres. Só porque a professora Márcia é reitora de repente ele diz que ela age como se fosse cozinheira e estivesse administrando a própria cozinha. Isso não existe. Nós mulheres não somos só capitães de fogão, não. Nós temos capacidade”, argumentou. “E lamento profundamente que professores da Universidade, por quem nós temos a maior consideração, tenham editado e trazido à opinião pública um vídeo que não reflete a verdade. E isso realmente nos causou uma profunda tristeza e eu creio que deva haver uma reação jurídica, não só uma nota de repúdio”, completou a representante da FD.

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