Formação política é destaque no Encontro de Mulheres Afroameríndias e Caribenhas

`Luta e resistência dos povos originários da Pan-Amazônia e do Caribe’ contou com a participação do professor Gersem dos Santos Baniwa, dos representantes do consulado da Venezuela, Andrés Eloy Leal e Frank Alexander Manrique, a representante da Associação das Mulheres do Rio Negro (AMRG), Deolinda Freitas Prado e da coordenadora da mesa, Raimunda Nonata Correa. A mesa redonda integra a programação do II Encontro de Mulheres Afroameríndias e Caribenhas. O evento ocorreu nesta quinta-feira, 24, no auditório Rio Solimões, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL)

Durante sua participação na mesa redonda, o professor Gergem Baniwa foi categórico em dizer que para os segmentos sociais como os movimentos de luta dos povos indígenas, por exemplo, é necessário todo tipo de formação de aquisição e intercâmbio do conhecimento, o que favorecerá a obtenção de resultados positivos de luta, impactando a sociedade e a própria a realidade enfrentada. A  formação política é fundamental, complementa.

De acordo com o professor, esse tratamento está relacionado aos povos indígenas, de culturas e sociedades milenares que não conhecem e dominam esse tipo de sociedade complexa vivida em nossa atualidade. Nesse sentido, ele enfatiza, que a complexidade precisa, primeiramente, ser conhecida para mais tarde ser compreendida. O professor, então, faz seu questionamento: "Qual é a necessidade para construção de estratégias de luta?"

Segundo ele, a partir do conhecimento do outro, os movimentos poderão estabelecer suas estratégias adequadas para conviver e enfrentar essa realidade. “Caso contrário, as sociedades indígenas serão sempre vitimas, não necessariamente intencionais da sociedade majoritária, porque nós vivemos numa sociedade sempre de disputas, isso é fato. Estamos convivendo com correlações de forças e estas precisam ser diminuídas, sob o ponto de vista da desigualdade social”, completa o professor.

Baniwa ilustra seu pensamento, afirmando: quando uma sociedade está  informada com  estratégias claras, a outra não tem conhecimento da realidade que enfrenta, passando a ser passiva e, consequentemente, vitima dos processos sociais estabelecidos. “Na minha leitura, a formação política é uma condição Sine Qua Non. É fundamental”, finaliza o professor.                

 

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