"África, o berço da humanidade" realiza palestras e exposições culturais para debater cultura africana

A reitora da Universidade Federal do Amazonas, professora Márcia Perales, iniciou na manhã desta quinta-feira, a programação do Dia da África no Brasil, cujo tema “África, o Berço da Humanidade”, vai apresentar ao público uma série de atividades, entre palestras, músicas e danças, teatro, desfile de trajes africanos, culinária africana e sessões de cinema. 
 
A iniciativa de realização do evento é resultado de uma parceria entre a Pró-Reitoria de Extensão e Interiorização (Proext), que conta, diretamente, com o apoio da Assessoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais. 
 
Na abertura da programação, uma plateia composta por pesquisadores, acadêmicos de cursos diversos e, principalmente, alunos do Programa Estudante Convênio Graduação (PAC-G), oriundos de países do continente africano, em que parte mantém acordos educacionais e culturais com a Universidade Federal do Amazonas, Ministério da Educação e Ministério das Relações Exteriores. 

Na composição da mesa foram destacados, entre outros pontos, a realização de um evento que busca minimizar as dívidas existentes com o povo daquele continente e a importância de se discutir uma universidade plural. 
 
O presidente da entidade Afroamazonas, Juarez Silva, destacou que a abertura da democratização do ensino superior possibilitou novas expectativas de vida para centenas de africanos.
 
“Desde o início da década acompanhamos esse processo e sentimo-nos orgulhosos por, além de termos nos fortalecido como grupo, encontrarmos espaços como este, de grande valia, para discutirmos a relevância do povo africano para o Brasil, por que não dizer, também, para o Amazonas”, afirmou. 
 
O coordenador do evento, professor Hideraldo Lima da Costa, um medida impactante na valorização da cultura afro-brasileira se deu com a inserção obrigatória do conteúdo nas escolas. 
 
“As populações africanas se cruzam historicamente com a nossa, daí não ser dispensável que sejam significados na vida do estudante. Além disso, estamos construindo uma agenda também política e não somente acadêmica”, disse. 
 
O assessor da Assessoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais, professor Naziano Filizzola, ressaltou a experiência de vida dos estudantes africanos quando chegam à Universidade, mas também quando saem da Instituição, rumo ao país de origem.  
 
“Instituir essas políticas entre países no âmbito acadêmico não nos aparecem como desafio, mas como realização”, destacou. 
 
A diretora do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), professora Simone Eneida Baçal de Oliveira, relembrou que debater a identidade de um povo é garantir a sua memória, sob pena de se apagar a história de luta dos povos, não só da África, mas do indígena. 
“A influência do mundo ocidental tem impregnado os menores, os mais frágeis, ao esquecimento. A iniciativa da Proext com a Arii, só tem a enriquecer esses debates dentro da instituição. No ICHL, estaremos dando nossa contribuição, com o Chá Amazônico, evento para levar à baila, várias temáticas, de diversos segmentos”, adiantou. 
 
Por fim, a reitora da Universidade Federal do Amazonas, professora Marcia Perales  disse ter feito questão de estar presente ao evento. 
“Este é um projeto iniciado não hoje, mas no início dos anos 2000, como resultado de uma Universidade que tem olhado para os segmentos, porque além de ser sua prerrogativa, sabemos que a Ufam não é homogênea, mas plural. Além disso, a Proexti surge neste espaço com ações afirmativas, focada em políticas que precisavam ser vistas, planejadas e implementadas”, afirmou, declarando o início dos trabalhos do Dia da África no Brasil. 
 
Por fim, o assessor da Arii, professor Naziano Filizzola, explicou aos presentes os detalhes do Programa Estudante Convênio Graduação, que mantém na Ufam 28 alunos, originários de países como Benin, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e Quênia. 
 
Segundo o professor, o PEC-G foi iniciado no ano de 1960, como política do Ministério de Relações Exteriores, hoje, regulamentado por decreto pelo governo federal. 
 
O programa concede oportunidade de o aluno cursar a graduação. Ele precisa ter finalizado o equivalente ao Ensino Médio brasileiro e ter entre 18 e 25 anos, além disso, precisa, obrigatoriamente, precisa falar e entender o português. Como parte dos países da África tem idioma francês e inglês, a Ufam criou um preparatório, o Celp-Bras, para qualificar o aluno. 
 
“De 98 para cá, com exceção de 2006 e 2007, são 20 alunos PAC-G. no ano que vem, a previsão é recebermos mais sete. Ao todo, 59 alunos já passaram pelo PAC-G, tendo sido dez transferidos e 20 formados”, informou. 
 
Por meio do edital Promisaes, eles têm ajuda de custo de um salário mínimo para se manterem na cidade. Ainda de acordo com o gestor da Arii, os cursos mais buscados são Administração, Geologia, Ciências Econômicas. Para receber o certificado, o aluno precisa voltar ao país de origem.
 
Programação 
 
A programação do Dia da África no Brasil, cujo tema “África, o Berço da Humanidade” segue, nesta sexta-feira, 23, no auditório Rio Solimões, com a palestra "A Construção da Identidade Nacional Brasileira: Interface com a Constituição de Identidade Étnico/Racial dos Sujeitos", com a professora Renilda Aparecida Costa de Liz, mais apresentações de músicas e danças africanas e sessões de cinema, das 8h às 17h. O auditório Rio Solimões está situado no ICHL, setor Norte da Instituição.  
 
 
 
 
 
 
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