Mesa-redonda "Cuidado de Enfermagem: Benemerência versus Prática Profissional" é tema de Semana de Enfermagem

A Escola de Enfermagem promoveu na manhã desta segunda-feira, 19, a continuidade da Semana de Enfermagem, voltada a acadêmicos do curso e profissionais da área, no auditório da Instituição, situado no bairro Adrianópolis. O evento encerra amanhã, também na EEM, com uma oficina na área.  
 
Na programação, a mesa-redonda com os professores, o antropólogo Raimundo Nonato Pereira da Silva e o enfermeiro Manoel Luiz Neto abordaram o tema "Cuidado de Enfermagem: Benemerência versus Prática Profissional", tendo como debatedora a professora Maria Helena Matos. A abertura foi feita pela diretora, professora Nair Chase da Silva, que considerou o foco das explanações como sendo apaixonante e atual.
 
"Antes de tudo, saudamos os presentes e renovamos nossos votos de que este seja um encontro bastante proveitoso é um tema apaixonante, que é a essência do cuidar, do humanizar", ressaltou ela.
 
O primeiro a se pronunciar foi o professor da Universidade do Estado do Amazonas, Manoel Luiz Neto, graduado em Enfermagem pela Universidade do Estado do Amazonas e mestre em Enfermagem Fundamental pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - EERP/USP (2010). Ele atualmente é professor assistente da Universidade do Estado do Amazonas, na Escola Superior de Ciências da Saúde, e tem experiência na área de Enfermagem, atuando nos seguintes ramos: administração de medicamentos, erros de medicação e segurança do paciente.
 
Luiz Neto relembrou e reforçou a importância do protagonismo do profissional da Enfermagem no processo de cuidar, de olhar o paciente sem "coisificá-lo", ou seja, sem estabelecer relação com ele, o que faz do atendimento algo mecânico e desvalorizado. 
 
"Esta é uma questão que nunca sairá do eixo das discussões ao passo que nós, enfermeiros, temos de cumprir várias jornadas para garantir a nossa família uma qualidade de vida que nós mesmos não temos. Mas o ser, o existir e o cuidar estão diretamente relacionados. Por que tantos casos de erro em dosagens de medicação? É preciso repensar o argumento de que eles são aceitáveis visto que somos humanos", salientou, questionando: "Na academia, o que estamos fazendo como formadores de novos enfermeiros? Como estamos fazendo isso?", suscitou.  
 
O professor Raimundo Nonato Pereira da Silva, que é  graduado em Ciências Sociais pela Ufam (1997), mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001) e doutorando em Ciência Política pela UFRGS/UFRR-NECAR, é atualmente professor titular da Ufam. Ele tem experiência na área de Antropologia, Sociologia e Ciência Política, com ênfase em Antropologia, e atua principalmente nos seguintes temas: cidade e fronteiras sociais, índios em contexto urbano, movimento indígena, políticas pública, território e territorialidades sociais, Estado e poder.
 
Silva iniciou seu posicionamento citando Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca, coordenadora da Atenção Primária à Saúde e Saúde da Família, ratificando a fala dela de que cuidar é empoderar-se daquilo que nos cerca para prestar um  serviço de qualidade, lançando mão de questionamentos como estes: quem somos e o que queremos fazer?
 
Falou, ainda, de termos como Humanismo Simétrico, em que está envolvido o atendimento realizado sob a égide do preconceito e que a vocação, mais a ciência e a política caminham juntas. "Quando a gente discute o universo da interpretação - apesar de eu não ser profissional ou estudioso da área da saúde, percebemos a inter-relação com a área. E eu tenho muitas vivências que aliam todas elas, por isso a relevância da comunicação não-verbal que precisa ser aguçada entre os enfermeiros", frisou. 
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