PPGH promoveu conferência para debater condição indígena no Brasil

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O Programa de Pós-Graduação em História promoveu na tarde desta quarta-feira, 5, duas conferências de temática indígena. As abordagem se deram no auditório Rio Negro, no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), situado no setor Norte da UFAM. 
 
Segundo o coordenador do PPGH, o professor James Roberto Silva a conferência é uma oportunidade de mostrar os resultados obtidos durante o curso, que teve na última terça-feira, dia 4 de fevereiro, a apresentação de dissertações de mais uma turma do programa. Os conferencistas, Jorge Eremistes de Oliveira e Marcos César Borges, ambos da Universidade Federal de Pelotas, compuseram a banca de dissertações. 
 
Graduado em História, o primeiro conferencista da tarde, professor Jorge Eremites, estabeleceu seus estudos sobre os índios versando pela Antropologia Social e Arqueologia. Seu interesse pelo tema, segundo o professor, vem desde a oportunidade de lecionar História na cidade de Dourados, onde 10% da população é indígena e há embates frequentes com fazendeiros por conta de ocupações de terras que seriam produtivas. 
 
O professor fez um resgate sobre as menções sobre causas indígenas, em relações às datas comemorativas, inferindo a intenção dos próprios indígenas de que o dia 18 de abril não seja mais datado como Dia do Índio e até em relação às comemorações pelos 500 anos do "descobrimento" da América e as reflexões críticas acerca da temática. Para ele, o tema "índio" nas publicações passa a ter outra fase quando, em 1992, foi lançado Manuela Carneiro da Cunha, a "História dos Índios no Brasil". 

Palestrante relatou vivência de indígenas no Centro-Oeste do PaísPalestrante relatou vivência de indígenas no Centro-Oeste do País

"A partir de 1990 os interessados em estudar História passaram a ter um incentivo com a implementação dos programas de pós-graduação no Brasil, inclusive em Pelotas, onde estabelecemos cotas para negros, frisando que a maioria da população é negra", explicou. 
 
Ainda durante sua explanação, Eremites mostrou imagens simbólicas de indígenas figurando como agentes de manifestações sociais. Entre as fotos, uma em que indígenas ocupam a área externa do Palácio do Planalto, contrários ao Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 215, que modifica os artigos 231 e 232. 
 
Na conferência do professor Marcos César Borges, o docente afirmou ter começado a realizar falou sobre alianças e relações interétnicas. Segundo ele, poucas são as obras que tratam da vivência indígena em áreas urbanas, sendo aproximadamente 35 obras. 
 
"Existe um preconceito atrelado, principalmente de que o índio urbano não seria índio ou menos índio do que aquele que se mantém nas aldeias", afirmou. 
 
Ele explicou que foi na década de 1990 que os índios começaram a deixar em maior volume as suas aldeias, buscando trabalho e educação. 
 
"Eles chegavam aqui em aviões Búfalo, diretamente do Alto Solimões, passando a ser assentados em casas ou os chamados kitnets, sujeitos a um sistema de seringal, pelo qual se mostra o enfraquecimento do poder dos caciques, que passam a ser o primiro entre os iguais, porque os chefes estão dentro de cada casa", disse. 
 
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