Ciências Humanas iniciam diálogo com Projeto Interseção

Com intuito de traçar um ponto comum entre a Filosofia e outras áreas de conhecimento das Ciências Humanas, o Projeto Interseção iniciou, na última quarta-feira (29), trazendo os professores Renan Freitas Pinto, do Departamento de Ciências Sociais, e Marilina Conceição Pinto, do Departamento de Filosofia para dialogar sobre “O mito e a letra”.

Professoras Eneida Oliveira, Ivanete Pereira e professor Francisco FerrazProfessoras Eneida Oliveira, Ivanete Pereira e professor Francisco Ferraz

Através de encontros mensais, o Projeto Interseção abordará temas de artes, história, educação e sobre a realidade amazônica. Segundo a professora Ivanete Pereira o Interseção nasceu do desejo de cultivar ricos encontros interdisciplinares entre os pares acadêmicos e, principalmente despertar esse interesse nos discentes. “Nós cremos na natureza convival do homem por sermos fiéis ao pensamento  aristotélico: ‘O homem é um ser político’, e sendo um animal político a sua instância convival por excelência é o dialogo”.  

O primeiro encontro discutiu o tema “O mito e a letra”, abordando questões das Ciências Humanas sobre a possibilidade de fazer dos processos sócioculturais objetos da ciência e o papel da linguagem no processo de interpretação e apropriação dos objetos da sociedade, sobretudo tratou da realidade e dos fenômenos sociais. O objetivo do projeto é que professores, pesquisadores e alunos possam trocar ideias, se apropriar de conceitos, comparar métodos e, principalmente,  experimentar o fato de que conhecimento é separado através de áreas e disciplinas por questões convencionais didáticas, entretanto em seu conjunto é uma unidade que representa a ordenação da realidade. A expressão dessa ordem ocorre por meio de  ideias, conceitos, imagens, téses que tem que se comunicar umas com as outras, sob o risco de que se isso não é possível, a ciência também não é possível. Para o professor Nelson Noronha, mediador do debate é preciso que reconheçamos o valor das disciplinas e das áreas de conhecimento, “mas é preciso também que pelo menos se lance a suspeita de que as fronteiras entre essas áreas de conhecimento não são muito claras. Esse é o papel da filosofia, estabelecer essa ponte entre as ciências e permitir que a sociedade faça da ciência não um mito, e não somente uma letra, mas que a ciência seja um mediador para o entendimento da realidade e do conhecimento”.

Para a professora Eneida Oliveira, diretora do Instituto de Ciências Humanas e Letras,  é importante ampliar o horizonte do debate e da expansão de uma possibilidade que não é tão longiqua, mas que precisa ser resgatada no âmbito do instituto: “Às vezes, as ações acabam ficando restritas a ações do cotidiano, administrativas e faltando recuperar esses projetos políticos pedagógicos. No ICHL temos 16 cursos, 11 departamentos e 7 pós-graduações. Quando começamos a perceber, estamos plantando uma semente que, de fato, esse debate interdisciplinar nos apresenta diferentes saberes e perspectivas. Esse diálogo estabelecido quebra uma cultura cartesiana impregnada na nossa formação profissional, aquela onde diferentes saberes não conseguem dialogar”.

O próximo encontro do Projeto Interseção acontece no dia 26 de fevereiro (quarta-feira) com o tema "Considerações histórico-filosóficas em torno de Homero e Heródoto", onde dialogarão os professores Auxiliomar da Silva Ugarte, do Departamento de História e Maria do Socorro da Silva Jatobá, do Departamento de Filosofia.

 

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