Curso de produção de artigo científico orienta e instiga alunos a produzirem mais

Professor de Letras proferiu a palestra Professor de Letras proferiu a palestra

Existe um ditado muito comum no meio acadêmico, que aconselha: “publish ou perish!” (traduzindo: “publique ou pereça!”). No Brasil, no período de 2008 a 2010, foram produzidos 94.622 artigos científicos, desses, 46% só no estado de São Paulo. O levantamento é da Faculdade do Estado de São Paulo (Fapesp), que escalonou a margem de cursos e suas respectivas publicações até o número 756, dos quais nenhuma das graduações ranqueadas era de Letras.

Segundo o professor do Departamento de Língua e Literatura Portuguesa (DLLP), Eduardo Martins, sem publicações de artigos os cursos tendem a perder financiamento para promoverem pesquisas, a quantidade de bolsas diminui e as vagas remanescentes de editais de são redistribuídas para aquelas instituições onde existe demanda.

Nesta semana, o professor, que é da área de Linguística, proferiu a palestra “Como escrever e publicar um artigo científico?”, voltado aos alunos do curso de Letras. A iniciativa é do Programa de Extensão de Linguagens e Literaturas, o N-Linguagens.

“Diferente do sistema brasileiro, nos Estados Unidos, antes de se tornarem professores efetivos, os docentes atuam em regime de professor substituto, tendo sua capacidade avaliada por meio da quantidade e qualidade de suas publicações, condicionando o crescimento profissional a essa produção”, explicou o professor.

Por quatro horas, o docente explicou o passo-a-passo da construção de um artigo científico e tentou estimular a produção entre os presentes na plateia, formada por graduandos, estudantes de cursos de Especialização, mestrandos e doutorandos.

Plateia foi formada por estudantes de vários níveisPlateia foi formada por estudantes de vários níveis

Entre os norteamentos dados durante o breve curso, os tópicos compilados indicaram a importância de o aluno fazer leituras sistemáticas de artigos de impacto, ter noção mínima de inglês - que permita ler artigos publicados em inglês, uma vez que no idioma, são publicados 70% dos trabalhos e fazer uso da base de dados open access da Scielo, Portal de Periódicos da Capes e domínio público.

Sobre a produção dos artigos, o professor discorreu sobre a construção e estrutura do texto, que precisa ser algo de interesse de quem o faz, ter embasamento técnico-científico apurado, escrita simples, porém técnica e fundamentada em referências bibliográficas. Este último ponto (referências bibliográficas) abriu uma importante observação, a de que os alunos precisam buscar, pesquisar conteúdos em obras clássicas, mas também em publicações atualizadas.

“Vocês não podem se limitar às publicações existentes somente na Biblioteca Central. Muitas vezes os livros ganham edições revistas e atualizadas e esse material não chega. Façam a parte de vocês e exijam da administração o que vocês quanto a obras da sua necessidade”, salientou.

Para finalizar, o palestrante destacou o que compromete a avaliação sobre um artigo, impedindo-o de ser publicado em uma revista científica ou evento.

“Resultados e informações insuficientes, preconceitos, resultados texto incoerente e desconexo e uma análise estatística inadequada”, exemplificou, finalizando a explanação. 

 

 

 

 

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