A exposição de produtos orgânicos oriundos da agricultura familiar local, dentre eles, hortifrutis e laticínios, atraiu a comunidade universitária para a Feira da Produção Familiar nesta qunta-feira, 23, na Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), Setor Sul.

O objetivo do evento foi gerar renda aos produtores, além de estimular o acesso do consumidor aos alimentos frescos, oferecidos diretamente do produtor rural, sem ou com reduzida utilização de agrotóxicos, de acordo com os princípios da sustentabilidade. 

Durante o discurso de solenidade de abertura, a reitora, professora Márcia Perales, presente ao evento, cumprimentou o público presente considerou, filosoficamente, a questão da verdade e sua abrangência numa realidade singular de desconstrução no contexto do conhecimento, da Ciência, da Produção, assim como, no da própria sustentabilidade.

"Existe algo que nos une e que nos torna mais fortes que é a Universidade. É preciso reconhecer que esta instituição tem uma história e essa historia é constituída por diferentes perfis. Nós não precisamos pensar exatamente a mesma coisa para que possamos trabalhar coletivamente, por isso é necessário resguardar alguns princípios, respaldados nas três dimensões: Ensino, Pesquisa e Extensão", completou reitora.

Ainda de acordo com a reitora, as três dimensões são fundamentais e não se dão de forma isolada, mas prevalecendo numa cadeia que faz com que a Instituição avance, estabelecendo um ritmo de crescimento.

Por fim, a reitora recebeu de uma representante da Agricultura Familiar,  uma cesta de produtos orgânicos. Eça parabenizou os organizadores do evento e agradeceu as parcerias de construção do AgroUfam 2014, que marcaram a realização de um sonho coletivo.

"A AgroUfam já é um sucesso na Universidade", completou a reitora.           

Na ocasião, a pró-reitora de Inovação Tecnológica (Protec), professora Socorro Chaves, destacou que a construção da AgroUfam é o resultado de um esforço coletivo, sem o qual não seria possível a realização.

Socorro Chaves destacou, em âmbito institucional, o apoio da atual gestão no reforço do contexto organizacional. Ela comentou que, com a implantação do Parque Cientifico Tecnológico para Inclusão Social (PCTIS), a Protec tornou-se um órgão estratégico de apoio para iniciativas como a construção da AgroUfam 2014.

"Dessa forma, as ações nos possibilitam transformar o nosso compromisso não apenas expresso em nossa missão, nos diálogos em salas de aula ou nos auditórios, mas na efetivamente a ser apresentada a todos que possam ser beneficiados", frisou. 

A coordenadora do Núcleo Socioeconômico da UFAM e também coordenadora do evento, professora Terezinha Fraxe, declarou que as parcerias com órgãos e institutos de construção do AgroUfam 2014, tal como a  Secretaria de Produçao Rural (Sepror) possibilitaram a arregimentação de cerca de 150 produtores de agricultura familiar, que comercializaram seus produtos no espaço acadêmico.

A coordenadora disse ainda que, em breve, a feira terá um calendário específico oportunizando esses produtores a comercializar os produtos num período semanal.

A professora Teresinha Fraxe que também coordena o Núcleo de Socioeconômico da Ufam (NUSEC), disse que é dessa forma que se trabalha, unindo a teoria e a prática.

"A feira é o resultado das pesquisas desenvolvidas pelo Núcleo junto às comunidades ribeirinhas e o nosso dilema é trabalhar para pôr em prática todo o conhecimento que se adquiriu na Universidade", comentou Terezinha Fraxe.     

O paranaense, morador de um sítio localizado no quilômetro 24, da estrada Manoel Urbano (AM-70), ramal Cachoeira do Castanho, Carmozino Jans Ribeiro, 50,  acredita que a feira é um norte para outras feiras que poderão acontecer.

“O evento é bom tanto para a Universidade quanto para o produtor rural, que negocia sua produção junto ao consumidor, sem a participação do atravessador”, disse.

Mamão, maracujá, pimenta de cheiro, limão, milho verde, dentre outros, fazem parte de um elenco de produtos produzidos a base de compostagem orgânica, o que faz atrair cada vez mais consumidores que exigem produtos limpos sem agrotóxico e necessário para bons hábitos alimentares.    

 A agricultora Gracimar Maria Batalha, 48, que trouxe da comunidade de Janauari, do município do Iranduba (distante nove quilômetros de Manaus), produtos como escarolas, alface, cheiro verde, manjericão, canela, dentre outros, disse que encontrou na Universidade um espaço para venda de seus produtos. Segundo ela,  a dificuldade de vender para as redes de supermercados em Manaus deixa sem oportunidade de mostrar sua produção e a realização da Feira permitiu ter  esperanças de viver daquilo que produz.   

Para a agricultora Maria Aldenora de Andrade, 59, que desde cedo lida com a agricultura familiar, acredita que a comercialização dos produtos produzidos na localidade de Terra Nova, município do Careiro da Várzea (distante a 25 quilômetros da capital) é a oportunidade de vender os produtos com o seu real valor, pois reclama que quando negocia com o atravessador o valor de cada produto é inferior do que aquele vendido na capital.

De acordo com ela, os hortifrutis trazidos para exposição na Feira são o resultado de um processo de adubação natural em que é recebido esterco de boi, resultando num ótimos desempenho de crescimento das hortaliças.

Na composição da mesa de abertura, estavam presentes, a reitora da Ufam, professora Márcia Perales, o diretor da Faculdade de Ciências Agrárias, professor Neliton Marques da Silva, a pró-reitora de Inovação Tecnologica (Protec), professora Maria do Socorro Chaves, a coordenadora geral da AgroUfam 2014, professora Terezinha Fraxe, o coordenador do Centro Estadual de Unidades de Conservação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Desenvolvimento Sustentável (SDS), Antonio Carlos Vitcosk, o representante da Comunidades Rurais, professor Valdemir de Moraes Moreira e o representante do Projeto Residência Agrária, senhor Alessander Pereira Regis.