Autorregulamentação interfere na segurança do transporte fluvial nos rios da Amazônia é o que trata a dissertação de Robert Azevedo do PPGG

A pesquisa “A dinâmica do transporte fluvial de passageiros no Estado do Amazonas”  aborda a vulnerabilidade da segurança de passageiros que está condicionada a não regularidade de  horários e de calendários nos principais portos do Amazonas. É o que diz o mestre pelo Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGG), Robert Carvalho de Azevedo David que teve orientação do professor Ricardo José Batista Nogueira.

O pesquisador que trouxe do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) uma investigação inicial prolongando seus estudos no PPGG,  acredita que o tema é recorrente e vem esclarecer o quanto a população ainda sofre com o transporte fluvial, no que diz respeito a ausência de rota e o não cumprimento dos horários de chegada e saída das embarcações.

Segundo ele, não há uma legislação específica para o cumprimento de horários das embarcações. Os armadores, proprietários das embarcações,   determinam seus próprio horário de funcionalidade, deixando os passageiros reféns e sem o acompanhamento efetivo dos órgãos responsáveis fiscalização e vigilância, disse o pesquisador.

De acordo com Robert Azevedo, apesar de uma fiscalização rigorosa das  embarcações no porto e no perímetro de Manaus, o barco ao sair dessa área de abrangência não encontra uma fiscalização e vigilância ao longo do trajeto até o seu destino, colocando em risco a vida do passageiro, pois, segundo ele, o fluxo de passageiros e de carga durante o trajeto é muito intenso. “O controle se perde ao longo do caminho”, declara.

Robert Azevedo disse que o objetivo do estudo foi conhecer a realidade e sua importância na econômica do Estado. Ele estrutura a dissertação nas bases de funcionamento das redes de transporte, como também a evolução do transporte de passageiros desde as primeiras linhas até o transporte misto (carga e passageiro), tradição e historicidade e, por último, a introdução dos novos transportes de passageiros, o transporte a jato.

Por conta da ausência de dados bibliográficos, o pesquisador faz levantamento nos principais órgãos da capital, como por exemplo, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM) e Capitania dos Portos que deram suporte às investigações e às entrevistas junto aos armadores (proprietários das embarcações) e passageiros, como também a realização de viagens para compreensão de toda sistemática do fluxo de passageiros.

“Eu sempre viajei nos rios da Amazônia, mas quando se trata de um processo investigativo, há um olhar diferenciado sobre o objeto de pesquisa”, frisa o pesquisador.

Segundo ele, a movimentação das pessoas entre as cidades próximas a Manaus é uma constante. Isso se deve ao pequeno número de transporte rodoviário e ao alto custo das passagens áreas no Estado. "Nós temos um transporte que movimenta um grande número de pessoas na região, porém, o acesso ao crédito para sobrevivência do empreendimento coloca em risco o avanço desse tipo de transporte, dada a importância que o transporte fluvial tem para a região", salienta.

Ele ressalta que a produção científica em relação à temática do  transporte fluvial na Universidade é muito baixa e que existe a necessidade de incrementar o interesse para se ter mais produção. “Eu procurei destacar na dissertação, além das questões voltadas para os conceitos teóricos da Geografia, a importância do transporte fluvial na atualidade, assim como demonstrar as mudanças ocorridas com a introdução do transporte expresso e outras questões voltadas ao precário financiamento das embarcações, finaliza o pesquisador.    

 

 

               

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