Com mais de 9.936 inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Administração foi o curso mais requisitado entre as 115 graduações oferecidas pela Universidade Federal do Amazonas. Foram 4.284 estudantes inscritos para o turno matutino e 5.652 para o turno noturno. Medicina e Direito ocuparam a segunda e terceira colocações, respectivamente. 

A chefa do Departamento de Administração, professora Maria da Glória Vitório Guimarães, afirmou que o destaque não representou para a coordenação do curso, uma surpresa em si.

Chefa do Departamento, professora Maria das Graças

“Na última década, Administração tem figurado entre as quatro graduações mais procuradas pelos candidatos, fixando-se este ano, no topo do ranking. Acredito que isso é uma tendência deste século, no qual as instituições buscam responder de forma mais satisfatória aos seus públicos, colocando à frente de seus cargos de representação, aqueles com habilidades para lidar com intempéries internas, externas e mundiais”, observou a professora.

Guimarães ressalta, ainda, que a coordenação do curso de graduação em Administração da UFAM acompanha este processo de mudanças do mercado, o que faz com que a Instituição se sobressaia no que tange à qualidade do quadro dos profissionais para formação e desenvolvimento de competências.

“São 98% dos nossos docentes que têm mestrado e doutorado e o nosso projeto pedagógico passou por readequação. Temos trabalhado exaustivamente para atender às expectativas de nossos alunos, e claro, às do mercado. Firmamos um convênio com a Universidade Federal de Minas Gerais (PFMG) e ao fim deste ano, teremos mais nove doutores formados”, revelou Guimarães.

Outra visão sobre a procura maciça dos candidatos à Administração da Federal do Amazonas é a do coordenador do curso, professor Daniel Armond.

Coordenador do curso, professor Daniel Armond

Ele afirma que a partir do primeiro período, os acadêmicos passam a ser buscados para estágios em empresas, quase sempre, com garantia de contratação. Os órgãos públicos, segundo ele, também têm aberto oportunidades para a área, ressaltando a importância do curso.

Armond comentou, ainda, sobre o perfil do aluno que já está dentro da Instituição.

“Parte considerável dos alunos da manhã vem de família de empresários, administradores de empreendimentos de pequeno, médio e grande porte. Eles querem dar continuidade ao que os familiares construíram. Os alunos do turno noturno, por sua vez, já atuam em empresas, buscam qualificação neste segmento ou querem iniciar uma outra carreira profissional”, enumerou.

Um outro perfil muito presente, ainda de acordo com o coordenador, é o do estudante que não quer trabalhar em empresa privada ou pública, nem mesmo prestar concurso público e optam pelas Organizações Não Governamentais.

“As universidades federais têm, entre as disciplinas, Gestão de Organizações do Terceiro Setor. Outras faculdades focam em administração pública ou em empresas”, frisou.

Curso referendado

Diretor da Faculdade de Estudos Sociais, professor Sylvio Puga

O diretor da Faculdade de Estudos Sociais (FES), professor Sylvio Puga, acredita que outro importante fator tem incidido sobre a escolha do aluno pelo curso: vocação, num primeiro momento e, a posteriori, a avaliação de órgãos de promoção de políticas públicas e de fiscalização, como o Ministério da Educação e seu Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). 

Este exame submete a provas os alunos finalistas, que devem comprovar os conhecimentos apreendidos enquanto eram acadêmicos. Essa nota serve como norte para qualificar o curso.

“Há, ainda, o Guia do Estudante” e “Folha RUF” que indicam os cursos com infraestrutura mais adequada e o quadro docente melhor preparado”, lembrou.

A aluna do 4º período de Administração, Marjorie Lima, pesquisou sobre as disciplinas constantes no projeto pedagógico do curso de Administração como forma de se certificar da sua escolha.

“Meu pai é contador e tem negócios, então a forma que encontrei para ajudá-lo a dar continuidade ao que ele construiu foi cursar Administração”, disse.

Para a já administradora Angie Gomes, egressa do curso de Administração da UFAM, o fato de o pai ter a mesma formação foi um ponto a favor.

“Eu cresci acompanhando essa rotina de organização de empresas e as disciplinas do curso foram superinteressantes, porque pude estudar outras áreas, como Economia, Direito e Psicologia. No mercado de trabalho acabamos encontrando muitas pessoas exercendo papel de líder e percebemos que boa parte não possui conhecimento e postura para estar naquele papel. É ai que entra a importância de ter cursado a Administração”, considerou.