Professor da Ufam tem projeto aprovado pelo CNPQ com valor de mais de R$ 1 milhão

 

O professor Edgar Sanchez, do Departamento de Física, aprovou um projeto junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico (CNPq), no valor de R$ 1 milhão e setenta mil reais. Este é o maior projeto que um professor do Departamento de Física já aprovou junto às agências de fomento, com forte apelo regional.

O projeto, que tem por título “Biodefensivos Agrícolas Nanoestruturados Baseados no Carreamento de Óleos Essenciais de Espécies Amazônicas”, busca desenvolver um biodefensivo agrícola natural, utilizado no combate do pulgão-preto do açaizeiro, maior ameaça à planta, aliando o emprego de óleos essenciais de espécies da flora amazônica e a tecnologia inovadora dos nanossistemas poliméricos de liberação controlada, ou seja, o óleo essencial dessas espécies amazônicas será encapsulado, compartimentalizado no interior de uma membrana constituída por um polímero biodegradável. “O controle da praga é difícil, e o mais utilizado ainda é a retirada manual do pulgão da planta, e atualmente não há disponibilidade de inseticidas de controle em campo”, informa o professor.

Professor Edgar Sanchez atuará como coordenador do projeto que resulta da parceria entre o Departamento de Física da Ufam, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos da Amazônia (ENGRAM/UFAM) e a empresa NANOMED Inovação em Nanotecnologia. A Ufam será a instituição executora do projeto, as demais instituições serão colaboradoras, ou seja, fornecerão alguns equipamentos auxiliares para o desenvolvimento da pesquisa. “Com o recurso, será implantado o Laboratório de Nanotecnologia em Produtos Naturais (NanoNat) no Departamento de Física da Universidade, além da implementação de quatro bolsas para pesquisadores”, revela o professor Sanchez.

Na natureza, os óleos essenciais desempenham papéis importantes, tais como agentes antibacterianos, antivirais, antifúngicos, inseticidas, sedativo, anti-inflamatório, ação larvicida, repelente, dentre outras. “A ideia de utilizar o óleo essencial de algumas espécies amazônicas, como a Licaria puchury-major (Puxuri), a Lippia grandis Schauer (Erva-do-Marajó) e a Piper hispidinervum (Pimenta Longa) para o desenvolvimento de um biodefensivo natural partiu daí”, disse o coordenador do projeto.

Estudos preliminares, inclusive um do próprio professor Sanchez, determinam a presença de 60% do componente safrol no óleo essencial do puxuri, um componente bastante conhecido pela sua ação inseticida. “Dessa forma, esta seleção de plantas dará um suporte importante na eficácia do biodefensivo”, declara o professor.

Segundo o pesquisador, os biodefensivos naturais têm grande vantagem no combate às pragas em relação aos agrotóxicos, pois além de aumentar os custos de produção, prejudicam o meio ambiente e a saúde de agricultores, trabalhadores rurais e consumidores. “Dessa forma, o desenvolvimento de um biodefensivo natural representa uma alternativa viável nesta área”, comenta.

De acordo com o integrante do Departamento de Física, o mercado mundial de óleos essenciais gira em torno de US$15 milhões ao ano, apresentando crescimento aproximado de 11% anuais. O Brasil é um dos grandes produtores e exportadores mundiais de óleos voláteis, devido ao mercado de óleos cítricos que corresponde a 93% do comércio dos óleos. “A grande biodiversidade brasileira, ainda pouco explorada, é o fator que garante o ambiente disponível para o crescimento desta vertente de pesquisa”, acrescenta o pesquisador.

 

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