Estudo analisa arte e tecnologia sob a perspectiva semiótica durante o XXII CONIC

Analisar obras de artistas emergentes, que utilizam novas tecnologias como ferramenta no processo de criação, visando à interpretação a partir da semiótica é o objetivo do estudo "Novos quinze: uma análise em semiótica visual dos artistas plásticos emergentes em Manaus" (ano 2000), de Késsia Nóbrega Barbosa, aluna do curso de licenciatura em Artes Plásticas, que participa do segundo dia de apresentação do XXII Congresso de Iniciação Científica (Conic). A apresentação ocorreu no auditório Rio Solimões do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL). O Congresso acontece até esta sexta-feira, 13, nas dependências da Ufam.

Segundo a estudante Késsia Barbosa a participação no Congresso faz com que o aluno direcione a pesquisa científica para graduação, pois a partir daí, ele terá noção dos procedimentos metodológicos para o desenvolvimento da pesquisa científica.

"A escolha de uma temática com assunto muito extenso pode se tornar um problema quando não se tem noção do que será apresentado", comenta a Késsia Barbosa.

Nesse sentido, a aluna disse que a partir da compreensão sobre o desenvolvimento da pesquisa, o aluno começa a aprender e a focar seu conteúdo, possibilitando mecanismos para prosseguimentos dos estudos no mestrado e de doutorado.

Ela disse que sua maior inquietação quanto ao processo de criação dos novos artistas emergentes do ano 2000, em Manaus, era a utilização de ferramentas tecnológicas. Para tanto, a aluna  teve apoio de obras de autores como Charles Sanders Pierce, Lucia Santella, Umberto Eco, dentre outros, para dar prosseguimento aos estudos da interpretação e significados das imagens e de coisas.

Apesar de o artista apresentar sua obra ao público com certo significado, este mesmo público interpretará de forma variada, criando  possibilidades de interpretação variadas, o que vai de encontra com as ideais quanto a obra aberta referenciada por Umberto Eco.

Ela faz comparação com outros artistas, principalmente do sul e Sudeste do País que utilizam ferramentas mais sofisticadas com resultado surpreendente. Entretanto, o fator econômico é incisivo na produção local restringindo apenas a ferramentas como a câmera fotográfica, o computador e o scanner. Ela cita a obra de Roberto Evangelista, "Mater Dolorosa", como o primeiro vídeo experimental produzido em 1978, no Amazonas e que de lá para cá não houve continuidade para mais produções em razão do auto custo das ferramentas tecnológicas, o que inviabiliza qualquer criação.

Segundo ela, esta situação ficou mais amena quando o governo Lula criou o programa "Computador para Todos" facilitando acesso das pessoas à informatização e à rede mundial de computadores.

"Walter Mesquita, Tito Andrade, Cintia Lozada, Andrezza Santos, Elina Nascimento, Barbara Teolofilo são destaque entre os quinze artistas que produzem arte tecnológica tendo como referencia temáticas relacionadas ao cotidiano amazônico", disse.

Durante a apresentação, Késsia Barbosa mostra a obra Rio de Pollock do artista visual Tito Andrade, o qual faz analogias do traçado do artista norte-americano Jackson Pollock, com a imagem captada de petróleo derramado no rio, causando uma mistura variada, o que faz lembrar o expressionismo abstrato dos anos 1950.

Segundo a estudante, o uso da pesquisa documental ajudou na construção do trabalho de pesquisa. Entretanto, a dificuldade para ter acesso às obras foi muito difícil, pois não encontramos nenhum acervo em lugares expositivos. Tivemos ajuda dos próprios artistas em ceder suas imagens para o andamento da pesquisa, finaliza a aluna.                        

 

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