Língua, cultura e literatura japonesa em diálogo na Ufam

A primeira edição do Seminário de Língua, Cultura e Literatura Japonesa da Ufam traz professora da Universidade de Brasília para dois dias de diálogo sobre as influências nipônicas no mundo. O evento acontece no auditório Rio Negro do Instituto de Ciências Humanas e Letras, a partir das 18h e encerra nesta sexta (29).

Um dos inegáveis fatos sobre a Amazônia é a forte influência das comunidades japonesas que imigraram para o Brasil e colonizaram cidades da região Norte do País, principalmente, a partir da década de 1920. Além da contribuição para o desenvolvimento agrícola e mais recentemente a instalação de fábricas no Distrito Industrial da Zona Franca de Manaus, os japoneses e seus descendentes somaram à cultura amazônida sua língua, cultura e literatura. Sobre essa herança nipônica é que se dedicam dois dias de programação do I Seminário de Língua, Cultura e Literatura Japonesa da Universidade Federal do Amazonas.

O curso de Língua e Literatura Japonesa foi criado em 2011 e possui apenas três turmas de graduação. O objetivo principal do evento é divulgar as ações do curso para conquistar espaço e visibilidade dentro da própria Universidade e, a longo prazo, ser referência nacional em ensino e pesquisa em língua japonesa. A expectativa para próxima edição do seminário é que a participação da sociedade e da comunidade acadêmica seja maior. Segundo o professor Ernesto Sambuichi, coordenador do curso, será fundamental para o Departamento ganhar notoriedade: “Convidaremos pessoas importantes da comunidade nipônica como líderes locais, representantes internacionais, do consulado, das federações de indústria, empresas e também das associações japonesas do Amazonas”.

Em dois dias de programação (28 e 29 de novembro) a professora convidada Tae Suzuki, da Universidade de Brasília, abordará durante as palestras tema específico como “Do ideograma chinês ao fonograma japonês – um longo percurso de assimilação e de adaptação” e outro tema mais amplo que trata da herança dos portugueses no Japão. “Essa palestra não fica restrita aos estudiosos da língua japonesa ou linguística, mas também para quem conhece ou tem curiosidade de saber, por exemplo, como os jesuítas trabalharam no Oriente durante os séculos XVI - XVII. Os jesuítas traduziram obras literárias e científicas japonesas, depois inclusive para o latim, e levaram essas informações para a Europa, isso foi passado inversamente também”, comenta Ernesto.

Professores Ernesto Sambuichi e Tao SuzukiProfessores Ernesto Sambuichi e Tao Suzuki

Os temas, além de variados, são estudados em sala de aula pelos discentes do curso, desde os mais avançados aos iniciantes. O I Seminário de Língua, Cultura e Literatura Japonesa é uma atividade de extensão que se interliga à docência e à pesquisa, trabalhando, desta forma, o tripé fundamental de toda Universidade: ensino, pesquisa e extensão. A interdisciplinariedade do evento é outro destaque para a compreensão transversal do público.

Para a professora Tae Suzuki é muito importante estar na região Norte incentivando a consolidação de um curso recente de Língua e Literatura Japonesa: “É bonito ver que além dos alunos do curso, outros acadêmicos também se interessam pela cultura japonesa. É um bom início para o curso, pois é preciso arar a terra para começar com boas sementes. Tudo isso é muito positivo para expansão dos estudos japoneses no Brasil”.

O I Seminário de Língua, Cultura e Literatura Japonesa segue até esta sexta (29) a partir das 18h no auditório Rio Solimões do Instituto de Ciências Humanas e Letras, Setor Norte da Universidade. 

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