A conferência VIII "O poder local e a educação" proferida pelo professor do Instituto de Educação da Universidade do Lisboa, Portugal, João Pinhal, que faz parte da programação do "I Workshop Educação, Pauperização e Questão Social", aborda questão da iniciativa educativa como elemento de  transformação social. O evento ocorre até sábado, 30, no auditório Rio Alalaú, da Faculdade de Educação (Faced).

Para João Pinhal, basicamente, as comunidades locais organizadas devem por  obrigação ter projetos educativos próprios, os quais são responsáveis pela aceleração do desenvolvimento econômico, social e humano. Ele enfatiza a necessidade da elaboração de projetos educativos, sem os quais não haverá o tão almejado desenvolvimento.

De acordo com o palestrante, a singularidade da realidade amazônica aponta para a construção de projetos educativos específicos para uma região diversa. Segundo ele, são os habitantes desse ecossistema riquíssimo, constituída por um espaço geográfico tão vasto, que dirão como deve ser elaborado o seu projeto educativo, em que se deve respeitar a diversidade local.

“Necessariamente, os projetos educativos específicos para as comunidades amazônicas devem estar respaldados em modos específicos, os quais devem valorizar as pessoas e o ambiente em que essas comunidades estão inseridas. Em primeiro lugar, esses modos devem ser educativos, pois serão eles que  transformarão as mentalidades das pessoas para o avanço do desenvolvimento pleno”, comenta o professor.

Ele alerta sobre a consciência de uma iniciativa independente para o alcance do desenvolvimento humano, sem ligações com as ações governamentais.  "Muitas coisas podem ser feitas nas comunidades, a partir daí, se pode alcançar um padrão de vida com qualidade", disse o pesquisador.  

Segundo ele, para o desenvolvimento de um projeto educativo autônomo é necessário que este deva estar agregado ao poder da comunidade, cuja capacidade é originária de sua própria iniciativa, traçando e delineando seu futuro social. "Isso é ter poder. A iniciativa é poder", finaliza o professor João Pinha.     

A Faculdade de Educação iniciou desde segunda-feira, 25, a jornada de discussões em torno do conhecer sobre as determinações recíprocas da relação “pobreza versus Educação”, no “Workshop Educação, Pauperização e Questão Social”, que reúne pesquisadores internacionais, nacionais, professores, alunos e gestores públicos.