Produção de óleo de pau rosa a partir de mudas plantadas preserva a Floresta Amazônica, diz pesquisador no I Workshop de Óleos Essenciais da Amazônia

A palestra “Óleos Essenciais da Amazônia, proferida pelo pesquisador Antenor Pereira Barbosa, da Coordenação de Tecnologia e Inovação do Instituto de Pesquisa da Amazônia (Inpa) alerta quanto ao extrativismo predatório da Aniba rosaeodora Ducke (pau-rosa), e ao cuidado contra as pragas recorrente na espécie. A palestra ocorreu nesta sexta-feira, 8, no auditório de Biotecnologia, Setor Sul. 

De acordo com o pesquisador, dentre as inúmeras espécies florestais exploradas na Região Amazônica encontra-se a Aniba rosaeodora Ducke (pau-rosa), da qual é extraído o linalol, principal substância de fixação na indústria de cosméticos e perfumes. Entretanto, segundo Pereira Barbosa, com a exploração tradicional e predatória das reservas naturais, a espécie está sob risco de extinção pela eliminação das árvores e que, em certos casos, utilizam até as raízes, impossibilitando qualquer chance de sobrevivência.

Segundo o palestrante, a utilização de mudas na produção de óleo possibilitará melhorias no processo produtivo, na qualidade e na regularidade de abastecimento em curto prazo de tempo. Por outro lado, com o aumento de áreas de plantio para produção de óleo, haveria melhorias na renda familiar de pequenos agricultores, evitando assim a pressão de exploração das populações nativas e, consequentemente, a conservação do patrimônio genético e da preservação da espécie.

“A diversidade vegetal com potencial para produção de óleos essenciais na Amazônia é muito grande, entretanto, os processos de produção são incipientes, em razão dessa produção ainda ser proveniente do extrativismo. A extração do óleo de pau rosa é um exemplo disso, em que as populações naturais foram exploradas indiscriminadamente, a ponto de a espécie entrar na lista de extinção”, disse o pesquisador.

Para Antenor Pereira, os problemas são diversos quanto a esse resultado negativo, mas o estudioso é otimista quando aponta a técnica de silvicultura como o melhor processo na melhoria da produção. Segundo ele, técnicas utilizadas para o plantio como o oferecimento de linha de capoeira, o enriquecimento florestal e o plantio misto são exemplos que poderiam ser aplicados evitando assim a exploração desenfreada da espécie.

Pereira Barbosa lamenta a falta de uma cultura de produção a partir de mudas plantadas de pau-rosa. Na atualidade, a produção existente no Amazonas é reduzida em relação ao numero produzido em décadas anteriores. Isso tudo é consequência do esgotamento de reservas naturais, de acordo com o expositor. “Considero isso um aspecto negativo não somente sob o ponto de vista do fator econômico e social, mas também do fator ecológico”, finaliza o pesquisador.

 

 

       

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