Museu Amazônico promove exposição de Literatura de Cordel

Uma coletânea das principais obras do poeta baiano Valmir Pereira dos Santos está em exposição nesta terça-feira (5) e quarta-feira (6), no salão principal do Museu Amazônico, das 8 às 18h, cujo objetivo é divulgar a arte popular produzida em literatura de Cordel. 

 “A importância em receber uma exposição com trabalhos literários de cordel, em principio, é valorizar a dinâmica da produção do conhecimento”, declara a diretora do Museu Amazônico, professora Maria Helena Ortolan Matos, que enfatiza o reconhecimento dessa produção aliada ao conhecimento produzido na Universidade.

A professora Maria Helena destaca que o Museu Amazônico tem se institucionalizado a partir da criação de políticas especificas para o Museu, o qual vem acompanhando a política cientifica da Universidade. 
Em passagem por Manaus, o poeta popular Valmir Pereira dos Santos deixa transparecer sua admiração pela natureza humana. Não é à toa que em suas obras, um dos temas abordados são as questões do cotidiano, em que o elemento principal é o homem e sua relação com a realidade política, social e econômica do Nordeste Brasileiro.
Para o poeta, as circunstancias da vida propicia informações necessárias para desenvolver a literatura de cordel. Ele destaca a vida do homem nordestino como referência de desenvolvimento para a produção literária, quando absorvida é traduzida para linguagem popular, ou seja, deve ser compreendia por todos. Para Santos, o conhecimento popular registrado no formato de poesia deve cumprir uma metodologia, ou seja, uma poética literária, destacando a  temática, a métrica e a simetria. 
Santos considera indispensável o cumprimento dessa poética literária, pois, somente, a partir daí, é que se estabelece o ritmo das rimas, essencial na literatura de cordel. O poeta destaca a obra “Homens de bem sob a mira do mal”, um dos trabalhos mais importante. Publicada em 2004, a obra trata de narrativas sobre diversos tipos de violência, como por exemplo, a do trânsito, as das partidas de futebol, a doméstica, a afetiva, dentre outras.
“Atualmente, vivemos em um mundo selvagem, em que as pessoas não  respeitam os valores cristãos, permitindo com que cada vez mais haja o aumento da violência no nosso convívio social. Portanto, qualquer abordagem serve de inspiração para a Literatura de Cordel, mas, existe a preocupação de abordar outras temáticas, como a do meio ambiente, a qual considero importante a preservação da floresta Amazônica”, disse.
A obra “Pessoas do bem promovendo a Paz”, publicada em 2011, teve apoio do Ministério da Saúde (MS), cujo objetivo principal foi contribuir para as discussões e reflexão em torno das diversas formas de violência existente na cidade de Cedro (CE).
Nesse sentido, houve a preocupação de disseminar, por meio da literatura de cordel, as formas de violência nos diversos segmentos sociais, servindo como meio de informação à população e a rede escolar de ensino da cidade de Cedro (CE), sendo responsável o Núcleo de Preservação das Violências e Promoção da Saúde, vinculada a Secretaria Municipal de Saúde.  
 
     
De acordo com ele, durante a exposição, haverá a apresentação de poemas e musicais. Para as pessoas interessadas na aquisição das obras, segundo o poeta, cada folheto custará entre R$ 2,00 a R$ 3,00. 
O que é literatura de cordel?
A literatura de cordel, também conhecida no Brasil como folheto, é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos reais e depois impresso em folhetos. Remonta do século XVI e durante o Renascimento popularizou-se por meio da impressão de relatos orais. Mantém-se essa forma literária popular no Brasil, principalmente na Região Nordeste, que ganhou uma característica especial.
 
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