Programa de extensão aborda presença dos negros na Amazônia
Professor Hideraldo Lima da Costa
Um dos três programas aprovados pela Câmara de Extensão da Universidade Federal do Amazonas nesta quarta-feira, 25, o Programa Institucional de Extensão “Nossa África” é uma iniciativa da Universidade Federal do Amazonas, por meio da Pró-reitoria de Extensão e Interiorização – PROEXTI, para dar resposta às demandas acadêmicas e institucionais em relação à questão da História da África e Cultura Afro-brasileira e Indígena e dar visibilidade a estudos que tratem da presença e da cultura africana na Amazônia brasileira.
Segundo o coordenador do Programa, professor Hideraldo Lima da Costa, do Departamento do Curso de História da Ufam, a presença negra na Amazônia, em particular no Estado do Amazonas, foi sempre diminuta. Apesar disso, o professor destaca que os africanos que construíram vidas na região amazônica interagiram com outros povos. “Nós temos exemplos de mocambos, de quilombos, aqui na Amazônia, sobretudo noTrombetas. Esses africanos e seus descendentes estabeleceram contatos, estabeleceram modos de vida e estabeleceram, também, relações com os próprios indígenas, já que nos seus mocambos abrigaram também os indígenas”, conta.
Do ponto de vista institucional, a vinda de estudantes estrangeiros na década de 80 para a Universidade Federal do Amazonas, por meio do Programa deEstudantes-Convênio de Graduação – PEC-G, é um dos estímulos para a criação de um projeto como o “Nossa África”. Segundo professor Hideraldo, há uma demanda significativa de estudantes do continente africano. Essa presença e esses componentes curriculares criaram a necessidade de a Universidade ter um programa que os aborda cientificamente e os recepciona, diz.
Fio condutor
Por meio de Atividades Curriculares de Extensão, Seminários, Simpósios, Programas Institucionais de Bolsas de Extensão e outras atividades, a coordenação do “Nossa África” pretende, também, atuar como o vínculo institucional para outros projetos que tratam da presença e da cultura africana na Amazônia Brasileira.
Para isso, o Coordenador do Programa ressalta que pretende estabelecer parcerias com núcleos de pesquisa, com orientadores e orientandos de projetos de iniciação científica, coordenadores de linhas de pesquisa, pós-graduação, etc., para verificar a maneira com que podem desenvolver trabalho em conjunto, sem que isso interfira nas autonomias e nas linhas que trabalham com o tema ou estão em desenvolvimento.
“Nós estaremos conversando com os colegas dos diversos apartamentos acadêmicos e núcleos e laboratórios de pesquisa que tenham iniciativas nesse campo. Por exemplo, a gente diagnostica muito rapidamente o departamento de história, com os trabalhos da professora Patrícia Sampaio. E outros, como os da professora Regina Marinho, que foi diretora do departamento de relações internacionais e interinstitucionais, a qual ministra cursos de português para estrangeiros. Ontem, durante a reunião, ficou muito claro que dois campi, o de Benjamin Constant e o de Humaitá, também vêm desenvolvendo iniciativas nesse campo da história e cultura afro-brasileira e indígena”, salienta.
Extensão na Ufam
Além das centenas de Atividades Curriculares de Extensão (ACEs) e dos três Programas aprovados nesta quarta-feira, 25, a Pró-reitoria de Extensão e Interiorização da Universidade Federal do Amazonas, que atualmente tem o professor Luiz Frederico Arruda como Pró-reitor, possui 16 programas de extensão que servem como laboratório para os estudantes praticarem o que aprendem em sala de aula e como modo de prestar serviços gratuitos à população.
Para isso, a Ufam desenvolve uma Política de Extensão, que se constitui em instrumento crucial para a consolidação da extensão como “um processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a universidade e a sociedade” (FORPROEX, 1987).
A Pró-Reitoria de Extensão e Interiorização (PROEXTI) da UFAM integra o Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (FORPROEX), desde a sua criação em 1987 e juntamente com outras Universidades construiu os fundamentos teóricos de sustentação do Plano Nacional de Extensão Universitária das Universidades Públicas Brasileiras, que embasa a Política de Extensão e Interiorização da UFAM. Esta, além dos princípios gerais definidos pelo FORPROEXTI, orienta as diferentes modalidades de ações planejadas e desenvolvidas.