Com o tema "A Didática das Ciências e suas interfaces: propostas de reflexão acerca da formação inicial de professores de Ciências e Matemática" iniciou nesta segunda (16) e segue até terça(17) na Universidade Federal do Amazonas o III Encontro Regional de Didáticas das Ciências. A realização do encontro objetiva dialogar, integrar e socializar conhecimentos sobre tendências e perspectivas,  vislumbrando novas abordagens metodológicas  e assim, propor reflexões sobre as  práticas didáticas na área de ensino de Ciências e Matemática dentro do contexto amazônico.

Representando a reitora, professora Márcia Perales, o pró-reitor de Ensino de Graduação, professor Lucidio Rocha Santos, destacou durante a solenidade de abertura que o evento permite discutir estratégias e ações para melhoria da qualidade do ensino básico e que, sob essa perspectiva parabeniza os organizadores do evento, acreditando que o conhecimento somente pode ser difundido quando houver a socialização para todas as camadas sociais.

“É necessário manter um diálogo permanente entre os cursos de licenciatura que tem a didática como ferramenta de formação profissional no âmbito universitário”. Declara a professora Irlane Maia de Oliveira, uma das coordenadoras do evento. Dentre as pautas de discussão, a professora elenca problemáticas que devem ser recorrentes, como por exemplo, a formação do professor formador aliado à questão didática, na qual enfatiza sua importância..

Diferente de outras edições, cujo histórico apresenta resultados positivos, a professora Irlane Oliveira destaca que nesta edição, as temáticas voltadas para a realidade regional serão as pautas de discussão, em que é consolidado com a presença de pesquisadores e professores de Universidades da Região. Segundo a coordenadora, o evento vem lapidando um novo formato didático.

"Esse novo formato que defendo e acredito perpassa pela inovação didática. Nós temos que sair de uma condição extremamente instrumental para uma mais criativa e inovadora. E é esse um dos objetivos do evento que é promover a reflexão epistemológica para que, de certa forma, ir de encontro com essa didática instrumental. Um campo propício para reflexão são as atividades desenvolvidas no evento, permitindo com que o participante vislumbre novos horizontes, principalmente, quando ao fomento da criação e da inovação para formação inicial de professores", frisa Irlane Oliveira.

“Para quê uma Didática das Ciências?” é tema da palestra de abertura

O palestrante e professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Welton Yudi Oda, disse que este é o momento para pensar, de acordo com a tradição das Ciências Naturais, a valorização critica das práticas didáticas atuais. "Pensar uma articulação que valorizasse aquilo que se está fazendo, melhorando e aperfeiçoando o ensino das ciências, mas não pensar sobre o saber educacional como substituto para as práticas atuais", comenta o professor.

Segundo Welton Oda, os professores que trabalham no ensino da Física, Química, Biologia e Matemática recebem uma formação mista, pois estão sempre envolvidos com as práticas laboratoriais, o que torna uma atividade diferenciada. Nesse sentido, a formação desses profissionais pressupõe o campo da epistemologia, próprio das ciências da natureza e, simultaneamente, é feito uma excursão junto as humanidade, criando um conflito cultural, de fazer pesquisa e prática, que aos poucos cria-se um novo modelo, de estilo e de pensamento. "E estamos propondo a realizar uma nova didática no campo das ciências da natureza", completa o professor.

Para ele, as praticas didáticas voltadas para as Ciências Naturais desenvolvidas nas escolas ainda seguem os conceitos das Universidades Alemães do inicio do século XX, acreditam que essa pratica é realizada em laboratórios com uma estrutura própria. No entanto, em nossa atualidade, valorizamos a experimentação com materiais acessíveis que possibilitem e  implemente no estudante, o pensar cientifico, ou seja, de como se procede a ciência e de como se processa cientificamente as coisas, finaliza Welton Oda.