Encontro de Avicultura apresenta projetos de iniciação científica

O segundo dia do Encontro de Avicultura, promovido pelo curso de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias, teve na programação, a apresentação dos resultados de dois projetos iniciação científica voltados à experimentação de resíduos de dendê e buriti - palmeiras encontradas em abundância na região - para fabricação de ração suplementar ou alternativa de  frangos e poedeiras.

De acordo com o professor da Faculdade e coordenador do setor de Avicultura, professor Frank George Guimarães, a região Amazônica como um todo oferece uma leva de frutas, tubérculos e palmeiras locais inexplorados cientificamente.

“Nossos jovens pesquisadores devem valorizar a matéria-prima existente na região, uma vez que, além de ser encontrada em boa parte do território, é economicamente viável”, garantiu o professor.

As pesquisas, fomentadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeam) e CNPq pertencem, respectivamente, aos alunos Ewerton de Souza Tanaka e Marina de Almeida Nogueira e foram defendidas no auditório da FCA.  

Apresentações

Aluno-pesquisador Ewerton Tanaka Aluno-pesquisador Ewerton Tanaka

A pesquisa do estudante Ewerton de Souza Tanaka dá uso eficiente ao resíduo do buriti, fruto da palmeira encontrada em abundância na comunidade Santo Antônio do Abonari, no quilômetro 200, da BR-174. Na localidade, todo resíduo era despejado na mata logo depois de extraído seu óleo para produção de cosméticos.

“O descarte era feito de forma irregular: quando não era jogado por entre as arvores, era queimado e, nós, a partir da pesquisa, conseguimos dar aproveitamento a 35 do total de 50 quilos do resíduo para fabricação de ração suplementar”, ressaltou o jovem pesquisador.  

O estudante explicou que a produção é maior no período de entressafra, quando é possível fabricar o alimento para substituir até 25% de toda ração fornecida aos animais. “Os meses de dezembro a junho são os de entressafra, mas mesmo fora desse período, ainda é possível contar com 5% ou 10% da produção, sem correr riscos de comprometer a qualidade da carne e dos ovos quando o milho é substituído pelo farelo do buriti”, garantiu, acrescentando. “A ração baseada em resíduo de dendê não substitui o milho, mas representa uma opção viável pelo fato de baratear as despesas com a alimentação dos bichos”, disse.

A produção da ração, segundo Ewerton, é outro fator preponderante. “O processamento é simples, pois requer apenas seleção prévia do material, trituração e peneiração”, resumiu.

Coordenador do evento, professor frank George Guimarães e a aluna-pesquisadora Marina Nogueira Coordenador do evento, professor frank George Guimarães e a aluna-pesquisadora Marina Nogueira

Outra palmeira utilizada nas pesquisas foi o dendê, um alimento energético, encontrado em larga escala na região Norte do País. Essa potencialidade foi, inclusiva, a justificativa para que o trabalho fosse realizado pela aluna Marina de Almeida Nogueira.

“A Amazônia possui mais de 70 milhões de hectares propícios à plantação do dendê e é no Amazonas que está a maior fatia produtiva, com 50 milhões de hectares, mas apenas 39 mil hectares são aproveitados”, criticou.  

O projeto demorou um ano para ser desenvolvido e segundo ela, a ração baseada em resíduo de dendê não compromete negativamente a produção ou a qualidade de ovos. Por ser mais energético, de acordo com seus levantamentos, as aves vão até consumir menos milho e ter mais energia.

“Economicamente também é viável, porque todo milho vem das regiões Sudeste e Centro-Oeste e os preços são variáveis, principalmente quando há falta do produto no mercado. Com a fabricação de ração de dendê, deixaríamos de estar atrelado à importação e ainda geraríamos renda ao produtor”, afirmou.

 

 

 

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