Lúcia Santaella apresenta DNA das redes sociais em palestra do Intercom

Professora Lúcia SantaellaProfessora Lúcia Santaella

Refletir sobre o fenômeno das redes sociais. Esse foi o objetivo da palestra proferida pela pesquisadora e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), Lúcia Santaella, a qual desenvolveu o tema “O DNA das Redes Sociais Digitais”. O evento abriu o XXXVI Ciclo de Estudos em Comunicação (Cecom) do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom) que é realizado na Ufam até o próximo sábado, 7.

Dois ícones da Comunicação brasileira, Lúcia Santaella e Marialva Barbosa, que atuou como mediadora, se encontraram na Ufam para discutir o maior acontecimento da área nos últimos anos - as redes sociais. O auditório Rio Amazonas da Faculdade de Estudos Sociais (FES), um dos maiores da Ufam, ficou pequeno para comportar todos os interessados no assunto.

Autora de aproximadamente 40 livros que tratam especialmente sobre semiótica e comunicação, dentre eles está “Redes Sociais Digitais – a cognição do Twitter (2010)”, Lúcia Santaella é uma referência no universo acadêmico. Expondo um panorama do passado, do presente e do futuro das redes sociais, Santaella conduziu os congressistas numa viagem intelectual para entender criticamente aquilo que vivenciam todos os dias.

Um dos pontos abordados pela pesquisadora foi a politização presente nas redes sociais. Santaella disse que, através das redes, movimentos sociais têm obtido maior amplitude para suas ideias e enfatizou que, devido ao fato de as redes sociais não serem monolíticas, permitem que haja também maior pluralidade de grupos defendo causas como direitos humanos, meio ambiente, educação, arte e cultura.

à direita, professora Marialva Barbosaà direita, professora Marialva Barbosa

Outro aspecto considerado pela professora da PUC de São Paulo foi o impacto das redes sociais nas relações de comércio. De acordo com ela, inicialmente as empresas não viam as redes sociais com bons olhos, eram tidas como ameaças. Com o passar do tempo, tornou-se necessário alterar essa perspectiva, as organizações descobriram como as redes sociais poderiam contribuir bastante no relacionamento empresa-cliente. “As redes sociais mudaram o comportamento dos usuários on e off-line e era preciso que os profissionais de marketing e publicidade mudassem radicalmente suas estratégias”, afirma a palestrante.

Sobre o futuro das redes sociais, Lúcia Santaella foi comedida. “Se o Facebook continuará a apresentar uma trajetória ascendente ou não são conjecturas sem respostas acabadas”, declarou. Para a professora o fato é que o ambiente online não deixará de fazer parte das vidas das pessoas e como comunicar é uma necessidade humana, haverá ainda mais avanços tecnológicos que conduzirão a novas formas de comunicação. “A cada dia o computador se aproxima mais de nós, do nosso corpo. Antes eles eram enormes, agora são cada vez menores. Logo estarão colados nos nossos olhos e no nosso cérebro. Comandaremos as máquinas através de nossos gestos. Temos de nos preparar para isso porque começaremos a conversar com os objetos”, antevê a professora.

Amanda Vicentini - participante do IntercomAmanda Vicentini - participante do Intercom

Finalizando, Santaella discorreu brevemente sobre o que, segundo ela, é o preço pago com a criação e predomínio das redes sociais como meios de comunicação da atualidade. A pesquisadora citou a invasão de privacidade e o controle das ações dos indivíduos como a face escura das redes sociais. “Um fator fundamental é que as pessoas aprendam a administrar suas identidades digitais, preservando suas intimidades. Mas isso é algo que cada um deve fazer por si próprio”, orienta.

Amanda Vicentini é estudante de jornalismo da PUC do Paraná e assistiu à exposição da professora Lúcia Santaella. Para Amanda, a explanação ricamente embasada e bem organizada propiciou a compreensão mais apurada acerca das redes sociais. “O tema, mesmo sendo amplo e complexo, foi muito bem apresentado. Nós percebemos como subjetividade e objetividade estão presentes nas redes sociais. Ela conseguiu transmitir muito bem de que forma as transformações dos processos comunicativos ocorrem e o impacto delas na vida social”, destacou a congressista.

 

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