Confira entrevista com João Machado, estudante da Ufam que está entre os 18 finalistas do Prêmio Empreendedorismo Sustentável Amazônia 2020

João PedroJoão PedroEm 2012, João Pedro Machado e Souza iniciava uma aventura no Amazonas. Natural de Lavras (MG), onde frequentava a Universidade Federal de Lavras (UFLA), o estudante pediu mobilidade para estudar, por dois semestres consecutivos, no Curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Foi onde ele conheceu o Projeto “BioTupé: Estudo do meio físico, diversidade biológica e sociocultural da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé”.

O projeto Biotupé atuou na comunidade do Julião entre 2006 e 2007 com foco na gestão local através de ações socioambientais e do uso racional dos recursos naturais para geração de renda e melhoria da qualidade de vida da RDS do Tupé, com ações direcionadas ao beneficiamento local do cupuaçu.

Era a oportunidade que João tinha para pôr em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula e se aproximar ainda mais de uma paixão que ele adquiriu assim que pisou em terras manauaras: o cupuaçu.

João entrou para a equipe do Biotupé e gostou tanto da ideia que, ao saber do Prêmio Empreendedorismo Sustentável Amazônia 2020, do Santander Universidades, e ao ver na premiação a possibilidade de alavancar o projeto para beneficiar ainda mais as famílias da RDS, decidiu concorrer à premiação com a ideia do beneficiamento local do cupuaçu, sob orientação da professora Veridiana Vizoni Scudeller.

Após passar por duas etapas do concurso, o projeto de João Pedro, intitulado “Geração de renda e melhoria da qualidade de vida na reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé: beneficiamento e comercialização do cupuaçu”, concorre nesta fase final com mais 17 trabalhos de estudantes de oito universidades da Região Norte.

A premiação ocorre nesta terça-feira (6), às 20h, no auditório Samaúma, da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), localizada no setor Sul da Ufam.

Confira abaixo mais detalhes sobre o trabalho do aluno, a iniciativa de inscrever o projeto e como ele avalia a realidade amazônica.

 

De que forma o grupo do projeto atua junto às comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé?

João Pedro– “O trabalho com cupuaçu teve início em 2006. A equipe deu curso de capacitação e foi feito até um acordo com a proprietária de um sítio onde existe um plantio de cupuaçu. Então ficou combinado que ela dava o cupuaçu e a comunidade dava um 'trato' na área. Só que aí, na hora que o biotupé (os pesquisadores) saiu de lá, desmoronou tudo. O pessoal parou de ir e a comunitária cortou a parceria. Por isso, o projeto ficou enfraquecido por falta de infraestrutura, de mais investimentos. O barracão onde eles fazem o doce, por exemplo, é muito precário. E a matéria prima (o cupuaçu) é muito perecível, pois precisa congelar e não tem freezer. A poupadeira mecânica quebrou e só ficamos com a manual, que é ruim”.

 

E quais são os resultados que vocês obtiveram enquanto o projeto esteve  em pleno funcionamento?

João Pedro– “A comercialização era bem pequena, ficava mais entre os próprios pesquisadores e alguns moradores. O mercado é bem interno. Nossa ideia é tentar formalizar essa atividade e englobar toda a comunidade novamente”.

 

Como vocês ficaram sabendo sobre o Prêmio Empreendedorismo Sustentável Amazônia 2020?

João Pedro– “Fiquei sabendo por meio de alguém do Santander. Lembro que enviei o projeto na última semana. Já o tinha em mente e ele já estava sendo executado quando decidimos entrar”.

 

Como foi feita a seleção para chegarem até esta fase?

João Pedro– “Na primeira fase eles selecionaram 189 projetos. Na segunda, foram 18. Nessas duas fases a equipe do Santander Universidade enviou um modelo para escrevermos o que era o projeto, a importância, o objetivo, quem ia ser beneficiado, a forma de financiamento, entre outros detalhes. Tudo feito pela internet mesmo”.

 

O que você acredita ser o diferencial do seu projeto?

João Pedro– “No interior do Amazonas as condições de vida são muito precárias. As pessoas têm pouca perspectiva de vida. Então, muita gente migra para Manaus, principalmente a população do Tupé, por ser uma comunidade muito próxima da capital. Muitos deles vêm e não encontram lugares bons para viverem. O projeto surge, então, como uma alternativa para a economia daquela comunidade”.

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