As professoras da Universidade Federal do Amazonas, antropóloga Flávia Melo e a assistente social Milena Barroso, estiveram presentes nos últimos dias 9 e 10 de julho, na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), para discutirem, juntamente com professores de mais duas instituições de ensino federal, de representante da UEA e de representante da Coordenadoria Estadual de Promoção dos Direitos da Mulher do Estado do Pará (CPDMP), a execução de dois projetos e de um programa de extensão aprovados recentemente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Secretaria de Política para as Mulheres (SPM) e pelo Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Superior (MEC/Sesu).

Os projetos envolvem temáticas relacionadas às políticas públicas, desenvolvimento regional, violência, Amazônia e têm como fio condutor as questões e os estudos sobre gênero.

Eles são o embrião de uma rede de pesquisadoras e pesquisadores que pretendem aprofundar as discussões sobre as questões de gênero, violência e desenvolvimento regional. “Estamos fazendo um movimento inverso ao que é de praxe nas universidades não só da Região, mas também do Brasil. Nossas pesquisas estão sendo feitas a partir do ‘interior para a capital’, o que geralmente acontece é o contrário. O resultado deste movimento será uma visão mais completa e detalhada dos estudos de gênero na região Norte e Amazônia”, explica uma das idealizadoras do encontro, a professora da Ufam de Parintins, Milena Barroso.

Para a professora doutora da Universidade Federal de Tocantins (UFT), Cynthia Miranda, que também organizou o evento, a reunião foi muito importante para as primeiras articulações e planejamento das atividades. “São projetos que foram pensados para viabilizar a criação de uma rede de pesquisadores e pesquisadoras dos estudos de gênero e desenvolvimento regional, pois contamos com uma equipe de especialistas extremamente qualificados de vários campos do conhecimento científico como cientista social, antropóloga, assistentes sociais, pedagogo e jornalista”, explica. 

Os projetos discutidos vão desde a integração das políticas de gênero implementadas nos estados do Amazonas, Pará e Tocantins em uma perspectiva comparativa, a análise referente à organização das mulheres em organismos governamentais e seu desenvolvimento regional e, por último, na criação de um Observatório da Violência Contra a Mulher no estado do Amazonas.

A antropóloga e professora da Ufam de Benjamin Constant, Flávia Melo, argumenta que a iniciativa já está sendo muito importante para o mapeamento das questões de gênero no estado do Amazonas. “Estou bastante otimista com estes projetos, estamos começando um diálogo inédito e importante entre três estados da região Norte e região amazônica. O fruto de nossas ações renderá um debate profundo sobre às questões de gênero. No Amazonas pretendemos fazer um mapeamento de todos os dados sobre violência contra a mulher elencando um grande panorama sobre a temática”, esclarece a professora.

Dentre os resultados imediatos da reunião de planejamento estão à realização de oficinas com grupos de mulheres nos estados do Amazonas, Pará e Tocantins e a produção de um videodocumentário sobre o tema.