LETRAD convida comunidade acadêmica a participar do projeto “Capoeira: cultura e resistência”

Encontros ocorrerão todas as quartas-feiras, a partir das 18h30, no Hall do IFCHS.

 
Por Márcia Grana
Com informações do LETRAD

O Laboratório de Estudos sobre Trabalho e Ditadura - LETRAD - e o Grupo Mocambo convidam a comunidade acadêmica e demais interessados para participarem do projeto “Capoeira: cultura e resistência”. A capoeira é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e uma riquíssima manifestação cultural. Com seus cantos, danças e golpes, evidencia a importantíssima herança africana na construção de nossa identidade. Os encontros ocorrerão todas as quartas-feiras, às 18h30, no Hall do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS).

Sobre o Grupo Mocambo

O Grupo de Capoeira Mocambo nasceu como um espaço de encontro de pessoas interessadas em conhecer e cultivar a cultura afro-brasileira, em particular, a arte da capoeira. Segundo o professor do departamento de História César Queiroz, o grupo Mocambo surge como proposta de resgate da historicidade da capoeira e como lugar de prática de luta em sentido amplo.“Mocambo é um termo histórico que remete às habitações e aos lugares de fuga de africanos e indígenas escravizados durante o período de escravidão no Brasil. Desse modo, pode ser compreendido como um espaço de resistência e de luta contra um modelo de dominação e também como um lugar de desenvolvimento das práticas que deram início a muitas das manifestações da cultura africana e indígena que continuam ainda hoje a base da cultura popular brasileira”.

Capoeira – da perseguição à difusão da cultura popular brasileira

O professor destaca também a perseguição sofrida pela capoeira até alcançar o status de principal difusor, no exterior, da cultura popular brasileira. “A capoeira foi perseguida ao longo de toda a sua história. Desenvolvida em espaços remotos, no meio da floresta, nas senzalas, nas ruas dos principais centros urbanos e usada como arma de defesa pessoal pelos escravos e africanos livres, pelos afrodescendentes e, de modo geral, pelos marginalizados, a “arte de bater com os pés” foi criminalizada durante os anos iniciais da república e perseguida durante os anos de recrudescimento da política brasileira. Manteve-se nas ruas, nos quintais e nas esquinas até conquistar seu espaço nas academias e o gosto da classe média brasileira. Hoje, a capoeira é praticada em quase todos os países do mundo e é o principal veículo de difusão, no exterior, da cultura popular brasileira”, ressalta o docente.

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