Tese aborda o cotidiano de mulheres pescadoras de camarão. Defesa será nesta quinta-feira, 28
Nesta quinta-feira, 28 de junho, a doutoranda Christiane Pereira Rodrigues defenderá a tese ‘Mulheres Pescadoras: os significados do trabalho de pesca do camarão na Comunidade da Salvação - Alenquer/PA’. A defesa ocorre no auditório do Centro de Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Amazonas (CCA/Ufam), às 14h.
Além da divulgação dos resultados da pesquisa acadêmica, será realizada a instalação ‘O Trabalho Cotidiano das Pescadoras de Camarão’, com o objetivo de expor apetrechos e imagens relacionados à atividade. Essa atividade tem o apoio técnico de Andrew Raynee Andio Pimentel, acadêmica do Curso de Artes Visuais do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ) da Universidade, no Campus de Parintins.
Pescadoras da Comunidade da Salvação, localizada no município paraense de Alenquer, também assistirão à defesa da tese, cuja pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (PPGCASA) e sob a orientação da professora Elenise Scherer.
Resumo do trabalho
A pesca do camarão da espécie Macrobrachium amazonicum ocorrida na comunidade da Salvação no município de Alenquer, estado do Pará, no Baixo Amazonas é protagonizada por mulheres, sendo essa pesca, a principal fonte de renda para as famílias dessas pescadoras. As mulheres das várzeas são pluriativas, realizam atividades na terra e na água para garantia da sobrevivência de suas famílias, assim como em outras comunidades rurais na Amazônia. Dentre as atividades desenvolvidas por elas para a garantia de renda estão a criação de galinhas, o cultivo de hortaliças e a plantação de ciclos curtos. Porém é a renda proveniente da pesca do camarão que mais lhes garante formas para a manutenção de seu modo de vida. O camarão da espécie Macrobrachium amazonicum não está no rol das espécies protegidas no Baixo Amazonas no período do defeso. Isso poderá impactar a segurança alimentar e o sustento das pescadoras artesanais, que dependem dos recursos de sua captura tanto para a alimentação de suas famílias quanto para a geração de renda. Nossa metodologia utilizou a abordagem qualitativa, como teoria do social o uso da Etnometodologia. Embasamo-nos nos estudos de Alencar (2011; 2013), Diógenes (2014), Gerber (2015), Lima (2014), Maneschy (1995), Simonian (2003) e Scherer (2015; 2009; 2012). A pesquisa de campo, realizada nos anos de 2016 e 2017, que envolveu observação, entrevistas e, quando permitido, registros fotográficos e gravações de áudio, consentiu-nos trazer para a discussão acadêmica questões de gênero na pesca, contidas na temática da mulher amazônica, sua territorialização e, principalmente, os significados do trabalho.