GEA promove 'Encontros com a história das Áfricas' nos dias 26 e 27 de junho

Por Sebastião de Oliveira
Equipe Ascom Ufam

O objetivo principal do evento é refletir sobre temas relacionados às sociedades africanas do ponto de vista da historiografia produzida em seu território. As atividades ocorrem no auditório Rio Negro do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Amazonas (IFCHS/Ufam), nos dias 26 e 27 de junho.

De acordo com a coordenadora do Grupo de Pesquisas em Estudos Africanos (GEA), professora Keith Barbosa, o evento tem como base a Lei nº 10.639/2003, a qual estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira".

"Por conta disso, tornou-se obrigatório o ensino de história da África e da cultura afro-brasileira, reflexões em torno da história dessas sociedades se inserem de forma relevante nas discussões contemporâneas, que têm rompido o desafio de narrar uma história homogênea para caracterizá-las por um importante dinamismo cultural e uma complexa organização social", completa Barbosa.

Considerando a formação das identidades africanas e os processos de independências naquele continente, a coordenadora explica que o evento abordará temáticas correlatas ao ensino 'descolonizado'. "Tal exercício teórico desdobra-se em leituras afro-centradas dos processos políticos sociais e culturais, basilares para o entendimento da formação das nações africanas", diz a professora.

Em seguida, vislumbra-se que o diálogo e a troca de saberes, tanto no âmbito da universidade quanto aos participantes de outras instituições, impulsionará o interesse em relação à historicidade das sociedades africanas. "Assim, desvinculamo-nos de estereótipos raciais e contribuindo para uma melhor compreensão do legado e da contribuição das culturas africanas na formação da sociedade brasileira", informa a coordenadora do evento.

As inscrições serão feitas na página: http://eventos.ufam.edu.br/

 

PROGRAMAÇÃO:

ConferênciaEducação missionária em África: experiências em diálogo – um olhar sobre a trajetória da Escola Industrial de Carapira (1964-1992)

Na conferência, se analisará a trajetória da educação colonial fundada sob o estatuto do indigenato, em que se preconizava a educação artesanal para as populações do norte de Moçambique, denominadas nativas e as transformações decorrentes dos movimentos de libertação nacional e da necessária transformação do sistema escolar, fazendo com que as escolas se tornassem industriais e frequentadas pelos cidadãos da nação Moçambicana, a partir de 1975. Faremos esta discussão, a partir da exemplaridade da Escola Industrial de Carapira que fora uma referência da educação colonial e tornou-se uma instituição de destaque no processo pós fim do colonialismo.

Conferencista: professora doutora Patrícia Teixeira Santos (Unifesp)

Dia: 26 de junho 

Horário: 18h às 20h

Local: auditório Rio Negro - IFCHS


 

Exposição de fotos32 anos de descobertas e aprendizado: a experiência de viajar por espaços da Ásia.

Através de fotos, o expositor apresentará as suas viagens à Índia, na Indonésia e em alguns outros países da Ásia, o fotógrafo deseja compartilhar as formas que encontrou de partilhar o que vivenciou nos lugares que passou. O fotógrafo Gyan nasceu em 1959 na cidade de Bielefeld, na Alemanha.

Expositor: Gyan (Achom Thomas Schindler, Alemanha)

Dia: 26 de junho 

Horário: 20h às 21h

Local: auditório Rio Negro - IFCHS

 

MinicursoReligião e sociedade na África contemporânea: um olhar sobre a trajetória do cristianismo africano no século XX

No processo das pesquisas sobre as missões destaca-se a importância de uma abordagem sobre as relações entre os países africanos e a Santa Sé. Diante disso, o exame do processo de construção do chamado Sistema Internacional de Estados, entre os séculos XVI e XX, torna-se frágil, quando não for considerado o papel da Igreja. Por sua especificidade, enquanto instituição supranacional, ela assumiu posição central, tanto do ponto de vista diplomático quanto pelo aspecto dos chamados projetos político-religiosos, que propunham a formação de “almas” ditas civilizadas nos diversos cantos do mundo no período mencionado. No século XXI, vivem-se tempos obscuros, em que as linhas de atuação deste sistema de Estados já não conseguem responder aos desafios gerados por um mundo diverso e profundamente interligado pela globalização. Os atores da guerra já não são mais necessariamente os Estados, antigas estratégias de combate são reeditadas, replicando o desrespeito aos direitos humanos, as organizações internacionais, aparentemente intocáveis, pois que conduzidas por países ditos desenvolvidos, foram invadidas pelos problemas que vem do além mar. Perceber o posicionamento político desta Igreja, desde o início do pontificado de Francisco I (2013), para a África pode gerar um banco de dados e diferentes análises que auxiliem na reflexão de como esta instituição posiciona-se nesta crise internacional do Sistema de Estados e, inclusive, como silencia ante algumas questões.

Ministrante: professora doutora Patrícia Teixeira Santos (Unifesp)

Dia: 27 de junho 

Horário: 8h às 12h

Local: sala de aula do Departamento de História

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BCMath lib not installed. RSA encryption unavailable