Museu Amazônico realiza exposição “Patrimônios Amazônicos Revelados” a partir de 30 de agosto
A Coleção reúne patrimônio arqueológico de povos da Amazônia pré-colombiana, obtido durante a obra do gasoduto Coari - Manaus
O Museu Amazônico apresenta a coleção arqueológica adquirida durante a obra do gasoduto Coari-Manaus. A exposição “Patrimônios Amazônicos Revelados” é resultado do convênio celebrado entre a Universidade Federal do Amazonas e a Petrobrás, com apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e fiscalização do Ministério Público Federal (MPF). A exposição ocorre de 30 de agosto a 27 de outubro na sede do museu, situada na Rua Ramos Ferreira, 1036, Centro. A abertura está marcada para 29 de agosto, às 19h.
Materiais cerâmicos e líticos (rochas e minerais convertidos em artefatos para uso humano), restos animais, botânicos e vegetais, solo de terra preta e outros macros e microvestígios de populações que viveram na Amazônia pré-colombiana fazem parte da exposição. Todas as peças foram tratadas pelo Laboratório de Arqueologia da Ufam durante a parceria que iniciou em 2005. Desde lá, a coleção passou por novos estudos, tratamentos e reorganizações, até vir a público este ano.
Revelação do passado
Segundo o diretor da Divisão de Arqueologia do Museu, professor Carlos Augusto da Silva, a exposição será “a voz” dos povos que viveram na região antes da chegada dos colonizadores. “Há toda uma história a ser contada a partir desses achados, e o objetivo da exposição é libertar essa história que estava debaixo dos nossos pés, mas não era esclarecida. Esses povos não deixaram nada escrito, mas deixaram suas inscrições na terra preta, na cerâmica”, ilustra o diretor. “Nas peças expostas, há dados que vão esclarecer tanto leigos quanto cientistas sobre a Amazônia pré-colombiana”.
O público poderá conhecer vestígios de hábitos que fazem parte do cotidiano amazônico até hoje, como a terra preta, usada na agricultura familiar; utensílios usados para o preparo e consumo da mandioca; e em restos ósseos de peixes como o tambaqui e o pirarucu, que já eram consumidos há pelo menos dois mil anos, por exemplo.
Parceria
A coordenadora de atividades do projeto, Yvonne Ramirez, explica que o gasoduto Coari-Manaus pode ser descrito como uma longa faixa que atravessa os municípios de Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba. No percurso da obra, foram registrados 73 sítios arqueológicos, dos quais aproximadamente 30 foram prospectados e escavados. É desses sítios que vêm as peças que compõem a coleção que ajudará no resgate do passado da região.
“Trata-se de uma coleção gigantesca, muito importante em toda a sua diversidade, e é essa cultura material que queremos apresentar. Quando aproximamos o público da história contada a partir desses objetos, as pessoas entendem e se apropriam desse patrimônio. É uma revelação do passado, para valorizar o que é regional”, diz Yvonne.
A coordenadora também destaca a importância do convênio para a pesquisa arqueológica no Estado. “Foi uma parceria necessária. Uma das coisas que fazem a pesquisa arqueológica na região acontecer é o empreendimento, e a Petrobrás tem contribuído na conservação desses materiais”, afirma. “O convênio deu a oportunidade para que a Ufam tivesse um espaço de pesquisa, de conservação e salvaguarda a um nível muito alto em comparação a outros laboratórios de arqueologia no País”.
“Experiências como essa precisam ter continuidade A exposição é a finalização da parceria, mas um começo excelente para futuras pesquisas. Esperamos que o Laboratório de Arqueologia do Museu Amazônico continue o trabalho e se posicione cada vez mais como um instituto de pesquisa”, finaliza a coordenadora.
Informações: (92) 3305-1181 Ramal: 2021 / O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.