Caua exibe filme “Estamira”, nesta quinta-feira,13, às 19h

 

Premiado em diversos festivais, tanto no Brasil quanto no exterior, o documentário “Estamira” é o filme escolhido para ser exibido, nesta quinta-feira, 13, às 19h, no Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Caua), com entrada franca.

A exibição faz parte da mostra “Lixo: vida em questão” que está em cartaz desde o dia 16 de setembro e já apresentou “Lixo Extraordinário” e “Ilha das Flores” e, a exemplo dos mesmos, “Estamira” trata da relação entre a vida das pessoas e o meio ambiente, tendo como pano de fundo os chamados aterros de resíduos sólidos (lixões) das grandes metrópoles. 

Para agregar valor, o evento vai contar com dois convidados especiais: o cantor e compositor Adal, que apresentará três números musicais relacionadas ao tema proposto pela mostra e a do cineasta, ativista e psiquiatra Rogelio Casado, que estabelecerá um bate-papo com o público presente sobre o conteúdo e conceitos que o filme nos remete.

O Filme

O documentário “Estamira”, produzido por Marcos Prado em 2006, possibilita um entendimento e uma reflexão sobre a saúde mental e a exclusão social em nossa sociedade. Estamira, ou a Bruxa de Gramacho, foi uma catadora que trabalhou há mais de 20 anos no aterro de Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. Com um discurso eloquente, fruto de seu quadro psicótico crônico, a senhora de 63 anos pregava conceitos que muitos cidadãos “normais” não compreendem. Do ponto de vista subjetivo, Estamira identificou-se fortemente com o lixo. Se na antiguidade o doente mental era visto como possuidor de forças malignas, na modernidade este é entendido como portador de um distúrbio genético ou cerebral que toma posse de sua lucidez e razão. O caso de Estamira revela que maneira o entrelaçamento social de exclusão reflete na condição do sujeito. Diagnosticada com esquizofrenia, ela representa, assim como o lixo – no qual convive e tem contato diariamente – o resto e o desmerecimento de um sistema de estruturação econômico.

O evento é uma realização do Museu Amazônico por meio do Projeto Cine Museu Amazônico, com o apoio do Caua, Tribo Cia. de Teatro e Editora da Universidade Federal do Amazonas, a qual doou livros relacionados ao tema proposto pela mostra e que serão sorteados entre os membros do público presente. 

 

 

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