O tema, que já é característico do projeto, ganha nova edição nesta semana. A finalidade de exibir filmes inéditos nos cinemas da cidade está em contribuir para o aprimoramento do senso crítico dos espectadores, notadamente o público universitário. São sempre películas com temáticas variadas e de notável qualidade estética, reconhecida em premiações de diversos festivais mundiais. Esta contribuição vem ao encontro daqueles cinéfilos que, na maioria das vezes, se sentem usurpados da condição de assistir a filmes premiados e que não são exibidos nos cinemas comerciais de Manaus. Os filmes selecionados para a exibição são A Pequena Lili, O Escafandro e a Borboleta e Bullhead.

 

Pra começar a semana, nesta segunda-feira, dia 30, o filme a ser exibido é A Pequena Lili, do diretor francês Claude Miller, de 2003. Na trama, Mado (Nicole Garcia) é uma famosa atriz que comemora seus 50 anos em sua casa de praia, acompanhada do filho Julien (Robinson Stévenin), do irmão Simon (Jean-Pierre Marielle) e do amante Brice (Bernard Giraudeau), um cineasta estabelecido. Julien também quer ser diretor de cinema, fazer filmes ousados, e está apaixonado por Lili (Ludivine Sagnier), uma menina da região que pretende ser artista. Mas Lili acaba se interessando por Brice, com quem deseja fazer um filme, e acaba fugindo com ele. Cinco anos depois, Lili já é uma estrela e está separada de Brice. Ao descobrir que Julien está dirigindo seu primeiro longa-metragem, Lili parte para reencontrá-lo. O filme é uma livre transposição da peça de Tchekov “A Gaivota”. Venceu o prêmio César/04 de Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Depardieu) e de Melhor Atriz (Ludivine Sagnier) no Festival de Chicago/03.

 

Na quarta-feira, dia 2, o filme a ser apresentado é O Escafandro e a Borboleta, de Julian Schnabel, um cineasta americano identificado com o padrão europeu. O filme é baseado na história real de Jean-Dominique Bauby, o poderoso editor da revista Elle. Jean-Dominique, interpretado por Mathieu Amalric, tem 43 anos, e é um apaixonado pela vida. Subitamente, tem um derrame cerebral devastador, vendo-se encarcerado em seu próprio corpo. Após vinte dias, acorda do coma, está lúcido, mas percebe que está paralisado: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar com o mundo externo piscando letras do alfabeto, formando palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não paralisou: sua imaginação e sua memória. O filme, de 2007, é praticamente obrigatório; emocionante e criativo, é considerado uma obra-prima pelas 67 premiações e 54 indicações em festivais e mostras mundiais, dentre elas um Globo de Ouro, 2 prêmios em Cannes, quatro indicações ao Oscar e uma à Palma de Ouro. Participam ainda do filme as atrizes Emmanuelle Seigner, Marie-Josée Croze, Marina Hands  e Anne Consigny.

 

Para fechar a programação, na sexta-feira, dia 4, será exibido Bullhead, do belga Michael R. Roskan. O jovem pecuarista Jacky Vanmarsenille (Matthias Schoenaerts) é abordado por um veterinário sem escrúpulos para fazer um negócio obscuro com notório comerciante de carne de West-Flanders. Mas o assassinato de um policial federal e um inesperado confronto com um misterioso segredo do passado de Jacky deflagram uma cadeia de eventos imprevistos, com consequências trágicas. Produção de 2011, foi indicado pela Bélgica ao Oscar/12 de Melhor Filme Estrangeiro, além de nove prêmios em outros festivais.

 

O projeto Cine & Vídeo Tarumã é uma atividade de extensão do Departamento de Comunicação Social da UFAM, com as sessões acontecendo sempre às 12h30, no Auditório Rio Negro, do Instituto de Ciências Humanas e Letras, localizado no Setor Norte do Campus Universitário. As sessões são gratuitas e recebem o apoio cultural da Take Video Locadora.