Sobre a importância da Exposição para a imagem do Museu Amazônico e para o público, a museóloga Jane Cony e o Curador Custódios Rodrigues afirmaram que “é bastante significativo o fato do Museu Amazônico mostrar ao público, por meio do seu próprio acervo, a vida e a percepção do indivíduo que se confunde com o próprio cenário do qual faz parte: rio, terra firme e de várzea, floresta, caça”. Por outro lado, ressaltam, ainda, “é revelador, também, o fato desse indivíduo aliar o utilitário e o decorativo numa mesma peça. Portanto, expor essas obras ao grande público é contribuir para que esse mesmo público não só tenha acesso a essa memória como possa se vê retratado nelas também”.

A exposição também é composta por um conjunto de mais de 30 peças pintadas em azulejos que retratam as cenas da paisagem amazônica.  O artista convidado e autor das obras em azulejos é o artista plástico Cleudson Souza Gomes, morador de rua e que trabalha vendendo seus trabalhos.

Para a antropóloga Deise Lucy Oliveira Montardo “César, nome artístico de Claudson, é um artista que trabalha na rua e quer comunicar seus sentimentos, transmitir sua sensibilidade e o faz utilizando a imaginação, tinta e azulejo”. Já para a artista visual Priscila Pinto, o trabalho do César “apresenta a singeleza e a espontaneidade da arte decorativa de gosto popular, expressa a partir de uma visão idealizada do artista sobre a natureza”. E, acrescenta, “essa exposição, ainda, pode ser um questionamento dos parâmetros preestabelecidos a respeito do espaço expositivo do museu, sobre a tênue linha que separa a arte e o artesanato, e sobre a relação das instituições oficiais com a linguagem popular”.

“A Arte do Povo Amazonense e sua Diversidade” está exposto no Museu Amazônico, localizado na Rua Ramos Ferreira, 1036 - Centro (próximo do colégio Adalberto Vale), até o dia 30 de maio.