Defesa de dissertação do aluno João Paulo Barreto ocorre no dia 2 de agosto, no Auditório Rio Solimões

O discente João Paulo Lima Barreto defenderá, no dia 2 de agosto, a dissertação intitulada “Wai-Mahsã: peixes e humanos um ensaio de Antropologia indígenas”. A banca examinadora é formada pelos professores da Ufam Gilton Mendes dos Santos, Carlos Machado Dias Júnior e pelo professor da Universidade de São Paulo (USP), Dominique Tilkin Gallois.

A defesa será às 14h, no Auditório Rio Solimões, localizado no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), setor Norte da Ufam.

 

Resumo

A dissertação constitui uma reflexão preliminar sobre o conhecimento Tukano da relação entre humano e não-humano para além de narrativas míticas. Seu foco está na diferenciação entre as categorias de wai-mahsã (humanos invisíveis) e wai (peixe).

Os waí-mahsã são seres humanos que habitam nos domínios da terra, floresta, ar e água. Eles detêm a capacidade de metamorfose e camuflagem, assumindo (vestindo a roupa) a forma de animais e peixes e adquirindo suas características e habilidades físicas. São também a fonte de conhecimento, aqueles com os quais os especialistas tukano (yai, kumue baya) devem se comunicar e aprender, acessando neles seus conhecimentos.

A categoria de wai (peixe), ao contrário de algumas conclusões antropológicas, não possui atributos antropocêntricos, isto é, não tem status de gentes ou pessoas. Para os Tukano, os peixes nunca tiveram, nem mesmo em sua origem mítica, condição humana. Pelo contrário, como veremos, sua gênese está quase sempre relacionada ao que é descartado: restos de madeira, objetos e ornamentos abandonados pelos wai-mahsã, as partes descartadas e podres do corpo humano etc. A dissertação é ainda uma tentativa de desfazer a confusão feita entre os conceitos de wai-mahsãe wai. 

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