Evento usa a curiosidade como elemento da educação. José Guilherme aprendeu como a química pode ajudar o homem no Schatch Day Ufam.Estimular os participantes a desvendar o universo da programação principalmente para melhorar a formação de estudantes por meio da educação criativa, o Scratch Day Ufam ofereceu ao público um dia de lazer e muito aprendizado. Em sua terceira edição, o evento, realizado no sábado, 15, no hall da FCA, setor Sul do campus, também apresentou projetos diferenciados no Festival de Invenção e Criatividade (FIC).

Scratch é uma das plataformas mais simples para o desenvolvimento da programação computacional. Criada em 2007 pelo Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT), a ferramenta não requer do usuário o domínio de linguagens de programação, sendo, portanto, ideal para quem está iniciando. O Scratch permite a criação de histórias animadas, jogos e outros programas interativos.

“O Scratch Day existe no mundo inteiro, propiciado pelo pessoal do MIT, em que varias cidades e escolas se reúnem em determinado dia para mostrar o que fizeram com a programação Scratch, além disso, também apresentam projetos criativos, em robótica, por exemplo, coisas diferentes em que as pessoas possam aprender fazendo. E, no fundo, é uma grande festa”, declarou Marisa Cavalcante, organizadora do Scratch Day Ufam.

Com a presença de estudantes do ensino fundamental da rede pública municipal e estadual, o evento ofereceu várias atividades para o público, dentre elas oficinas, palestras e mesas-redondas, além da exposição dos mais de 20 projetos inscritos no FIC.

Responsável pela abertura oficial do Scratch Day Ufam, o reitor Sylvio Puga declarou que atividades como a de sábado são importantes por aproximar a sociedade da Universidade e trazer jovens estudantes para o universo da ciência. “Atividades como essa que estimulam a criatividade, a interseção da escola com a universidade, a pesquisa, são atividades fundamentais para o futuro da nossa Instituição. Eu só tenho a parabenizar os organizadores pelo evento”, disse, em seu discurso de abertura. “Nós, da Universidade Federal do Amazonas, estamos felizes em tê-los, vocês alunos das mais diferentes escolas, aqui na nossa Universidade. E mais felizes ainda por entendermos que vocês serão aqueles que irão construir a universidade publica, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada para o nosso Estado”, completou o gestor.

Também integrou a mesa de abertura do evento o secretário de Estado de Educação, Luiz Castro, o qual ressaltou a necessidade de conexão entre educação e tecnologia para a formação do estudante e profissional contemporâneo. “Nós também estamos aprendendo junto com vocês, porque a cada momento é um aplicativo novo, uma linguagem nova. Estamos aprendendo juntos a construir o futuro. Um futuro de solidariedade, não de egoísmo, de paz e não de guerra, de justiça e não de injustiça. Vamos aproveitar a tecnologia, mas vamos construir, juntos, um mundo melhor e a educação é o caminho”, declarou.

Da esq. para a dir.: Marisa Cavalcante, sec. Luis Castro, professor Sylvio Puga, sec. Kátia Helena e Elio Molisani.

Já Kátia Helena Schweickardt, titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), destacou a parceira entre Ufam e Semed, responsável por vários projetos em conjunto, como estratégica para reposicionar a educação do município e do estado. “Vocês não imaginam o mundo, que nós já tivemos, sem as tecnologias, mas acontece que ela não chega igual para todo o mundo. A gente tem muita informação, mas o mais importante do Scratch no mundo todo é porque esse movimento digital não pode ser apenas da gente olhar a informação sem saber o que fazer com ela. Qual é o nosso desafio quando a gente precisa avançar nas tecnologias? É a gente reprogramar o mundo. Reprogramar o mundo das coisas ruins que temos. Tudo isso a gente pode ajudar a repensar usando tecnologia”, afirmou.

Scratch – ferramenta de aprendizado

Em sua terceira edição no Amazonas, o Scratch Day tem crescido a cada ano não só na capital, mas também nos demais municípios do estado. Segundo os organizadores, o evento saltou de sete eventos realizados em 2017 para mais de 80 em 2018.  Para os interessados em conhecer a ferramenta, é possível utilizar o Scratch online na página desenvolvida pelo MIT. 

“No site você pode criar programações, com vários tutoriais para os iniciantes, tudo muito intuitivo, semelhante a um quebra-cabeça. Você vai encaixando blocos dentro de uma lógica”, explica Marisa Cavalcante. “A plataforma é utilizada principalmente por crianças. Na verdade, a gente só propõe o objeto e as crianças se apropriam dele muito rapidamente e a gente aprende com elas, isso que é bacana. A gente aprende junto, em parceria, e o professor sai daquela condição de instrutor para a de mediador, o aluno se torna o protagonista. A ferramenta propicia que juntos, alunos, professores e comunidade, possamos aprender e mudar a educação. É isso que a gente quer”, expôs a organizadora.

FIC – Ciência e Criatividade

A segunda edição do Festival de Invenção e Criatividade (FIC) foi promovida como uma das atividades do Scratch Day Ufam, com mais de 20 projetos inovadores inscritos e expostos para o público. Todos os projetos permitem a interação dos participantes exatamente para mostrar como a tecnologia pode tornar o aprendizado dinâmico e divertido. “É uma delícia ver essa garotada se envolvendo com a programação. É muito bonito ver o brilho nos olhos dessas crianças, a curiosidade, as ideias. É muito interessante ver a criatividade que elas têm e a gente precisa dar essa liberdade para elas, precisamos motivar e incentivar isso”, declarou Elio Molisani, organizador do FIC.

Estudantes, pais e professores prestigiam atividades do Scratch Day Ufam.

Apresentando um projeto que une matemática e música, Anne Leite, é estudante de mestrado do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática da Ufam. De acordo com ela, o projeto foi desenvolvido a partir do Scratch somado a outras linguagens de programação para tornar o ensino mais proveitoso para os alunos. “A ideia do projeto é utilizar placas de alumínio, que funcionam como capacitores, que quando tocadas fazem o programa gerar o som das notas musicais”, revelou.

Pedro Cunha tem 12 anos e é estudante de escola pública. Ele participou de umas oficinas de programação. Segundo ele, a plataforma Scratch é bem simples de usar e interessante também. “Fizemos um projeto, um meme no Scratch. É um site muito legal e vai me ajudar muito. Quando eu chegar em casa, eu vou continuar acessando. Tem tudo lá é bem fácil de aprender”, contou.

José Guilherme Albuquerque, 16 anos, gostou de participar do Scratch Day Ufam. Segundo ele, os projetos expostos no FIC foram uma boa oportunidade de aprender de forma estimulante. Voluntário em um dos projetos de química, o estudante descobriu como é possível proteger o corpo do fogo usando as substâncias corretas. “Eu gostei bastante. Assusta, mas não dói nada”, disse.