Reitor da Ufam apresenta atuação da Universidade no contexto da Bioindústria e da Revolução 4.0 à diretoria da Fieam
Em primeiro lugar, o professor Puga agradeceu pelo convite da Fieam e pela presença dos professores Fabíola Nakamura e Sandro Breval, enfatizando a imprescindibilidade de se manter uma relação afinada entre a Universidade e a Indústria. “Temos orgulho ser uma das poucas universidades brasileiras a ter uma Pró-Reitoria de Inovação Tecnológica (Protec). Ela atua exatamente para fazer a interface entre os ambientes acadêmico e externo, buscando solucionar as crescentes demandas por novas tecnologias”, ressaltou o reitor. Ainda segundo ele, o Instituto de Computação também atua de forma estratégica nesse intercâmbio, ofertando cursos de graduação, mestrado, doutorado e especializações nas áreas de desenvolvimento tecnológico no contexto da indústria 4.0.
Além disso, o professor citou uma importante parceria entre a Ufam e a Universidade do Porto, que já perdura três décadas e que, agora, vai permitir também a oferta de um mestrado e de um doutorado em ‘Gestão Industrial com ênfase em Indústria 4.0’. “Essa universidade europeia é uma das 300 melhores do planeta, e também possui um dos mais desenvolvidos locais de produção científica e desenvolvimento de produtos, o UBTech. E nós entendemos que essa parceria é um projeto de Estado, não apenas um projeto de governo”, disse ele.
“O fundamental é que nós vamos formar as pessoas aqui em Manaus, qualificando as pessoas aqui. Temos que acompanhar a evolução do conhecimento e preparar o capital intelectual para atender às exigências atuais do mercado”, disse o reitor da Ufam, ao mencionar ainda uma mudança de mentalidade entre os estudantes da Ufam. “Vemos um movimento crescente de startups e empresas júnior, inclusive em áreas antes não imaginadas. Ou seja, além do estímulo institucional, os próprios acadêmicos estão se organizando em torno de uma visão empreendedora, e esse é o perfil exigido dos profissionais”, completou o professor.
Por fim, ele apresentou uma lista de projetos desenvolvidos pelos pesquisadores da Ufam, que está disponível na apresentação anexa. “Esta é somente uma pequena amostragem das nossas pesquisas que têm ênfase econômica”, assegurou o reitor. As propostas versam sobre Indústria 4.0, Bioeconomia, Economia Digital e Mineração, entre outros temas. “Estamos alinhados para dar as respostas às demandas da economia do Amazonas, porque elas passam exatamente pela formação qualificada. Nosso papel é formar, mas devemos estar sintonizados com o setor produtivo. A Ufam é um vetor para o desenvolvimento regional”, garantiu ele.
Depois de ouvir a apresentação do reitor da Ufam, o vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, que conduzia a pauta da reunião, afirmou estar satisfeito com o volume de produção científica da Universidade quanto aos temas com afinidade com o setor industrial. “Nós temos mão de obra qualificada para enfrentar os desafios que se sucedem. É isso que conseguimos enxergar claramente, que nós caminhamos lado a lado, o setor produtivo e a universidade. Há vários projetos muito interessantes que estão na prateleira”, enfatizou Nelson Azevedo, ao citar ainda a relevância de aproximar a Ufam da Coordenadoria de Tecnologia da Fieam. “É importante dar conhecimento desses projetos aos nossos investidores”, apontou ele.
Cunhantã Digital
Além do reitor, a diretora do Instituto de Computação da Ufam (Icomp), professora Tanara Lauschner, apresentou sobre o projeto coordenado por ela, o Cunhantã Digital. A iniciativa, vinculada ao projeto nacional denominado ‘Meninas Digitais’ visa a incentivar jovens da educação básica no campo da tecnologia, tendo em vista que, na área de TI, apenas 8% dos empregados são mulheres em tornos os cursos. “Esses são dados nacionais que demonstram que o segmento da tecnologia ainda precisa mobilizar o ingresso de mulheres”, destaca ela.
A professora apresentou alguns números. “Apesar de haver hoje 13% de taxa de desemprego no País, a área de TI tem um déficit de 460 mil vagas. No Amazonas, dos desempregados entre 18 e 32 anos, a maioria são mulheres. Desde 2015, verificamos que existia uma demanda reprimida nesse setor. Fizemos muitos eventos nesse período, fóruns, oficinas. Indicados ao prêmio WSIS”, informou a coordenadora do Cunhatã Digital.
Ao final, ela elencou os próximos passos do projeto. Em primeiro lugar, a continuidade das atividades que já são desenvolvidas: Cunhatã na escola, com palestras, oficinas, cursos de programação, participação em feiras. “Além disso, serão intensificados o ‘Cunhatã na universidade’, com palestra, sessões de conversas e acolhimento das acadêmicas do curso de computação da Ufam, e o Bootcamp para a formação de mulheres em programação front-end, que será um treinamento intensivo com mulheres desempregadas entre 18 e 39 anos, com duração de 4 a 6 meses”, finalizou a docente.