Nesta segunda-feira, 13, às 15h, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realiza, por meio do Departamento de Políticas Afirmativas da Pro- Reitoria de Extensão (Proext), a conferência ‘Negros na Universidade: Ciência e Consciência’. O evento é aberto ao público, com a palestrante professora Nicéa Quintino Amauro, presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros, e ocorrerá no Auditório Rio Solimões do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS),setor Norte do Campus Sede.

O encontro faz parte das atividades do projeto ‘Afrocientista: experiências socioeducativas de igualdade étnico-racial’, promovido pelo Núcleo de Estudo Afro Indígena (NEAINC/Ufam). A data foi escolhida porque há 131 anos, em 13 de maio de 1888, a escravatura era abolida no Brasil. Oficialmente, a princesa Isabel assinava a Lei Áurea e proibia a comercialização de escravos. Entretanto, o movimento negro não comemora a data em razão do tratamento dado aos que se tornaram ex-escravos, mas faz uma reflexão acerca da inclusão dos negros na sociedade brasileira.

De acordo com a coordenadora do NEAINC/Ufam, professora Renilda Aparecida Costa, tratar de temas como igualdade racial e negros na Universidade, nessa data, é fundamental para lembramos que o racismo ainda é uma questão estrutural. “A Ufam está no momento de implementação de políticas de ações afirmativas e ter um espaço como esse para diálogo é bastante significativo. A visibilidade da Instituição frente as questões raciais no estado é fruto das pesquisas e dos projetos realizados aqui em parceira com a sociedade civil organizada”, conclui.

Projeto Afrocientista

As ações são voltadas para jovens negros do ensino médio do Amazonas e têm como intuito despertar a vocação científica e incentivar talentos entre estudantes negros do ensino médio. O projeto é fruto de uma parceria firmada entre Ufam, Unibanco e Secretaria de Educação do Estado do Amazonas (Seduc/AM), e a proposta pedagógica contempla três pilares: iniciação às práticas da ciência; instrumentalização sobre o fazer ciências; e, formação para a cidadania e mobilização social.

Ainda segundo ela, um dos aspectos relevantes é a possiblidade de articulação entre ensino, pesquisa e extensão, tripé fundamental na constituição da Universidade. Dentre as atividades, há a formação de grupos de estudos para o aprofundamento teórico-metodológico; oficinas didático-pedagógicas que abordam eixos de formação técnica, científica e sistemática; e a formação interdisciplinar sobre a construção social das diferenças étnico-raciais que servem de fator de estratificação social.

Os participantes são das Escolas Estaduais Farias de Brito e Professor Ronaldo Marques. A primeira, sediada em Manaus e a segunda, localizada na Comunidade Quilombola Sagrado Coração de Jesus do Largo do Serpa, no município de Itacoatiara/AM.