O Museu Amazônico da Universidade Federal do Amazonas realizará nesta sexta-feira (21) o evento Antropologia e Arte Indígena.  A atividade integra  a programação da Exposição Ticuna em dois tempos, organizada conjuntamente com o Museu de Arqueologia e Etnologia (MArquE) da Universidade Federal de Santa Catarina. 

Às 18 horas está programada Mesa Redonda Antropologia e Arte Indígena, na qual artistas indígenas e pesquisadores discutirão o tema. A discussão é bastante pertinente se considerarmos o atual crescimento dos estudos antropológicos sobre Arte, especificamente sobre Arte Indígena, depois de um período de arrefecimento desta relação, embora nas primeiras décadas de sua formação como disciplina chegou a manter um diálogo bem maior com artistas e com o universo das Artes. A Mesa Redonda contará com a participação de dois indígenas Kambeba: Márcia Wayna Kambeba, poeta e compositora e Francisco Uruma. Também fará parte da Mesa o antropólogo e músico Ricardo Franco de Sá, pesquisador de música indígena. A Mesa será coordenada pela antropóloga Dra. Deise Lucy Oliveira

Montardo, professora da UFAM, autora do livro Mbaraká: música, dança e xamanismo Guarani, publicado pela EDUSP e de diversos artigos sobre Arte Indígena.

Em seguida, às 19:30 h  acontecerá o lançamento do livro de poesias Ay Kakyri Tama - Eu moro na Cidade, de autoria Marcia Wayna Kambeba. Por meio da poesia, a autora demonstra a luta do Povo Kambeba por um território que lhe permita viver, manter sua cultura e desenvolver seus rituais, seja na aldeia ou na cidade. A ideia é mostrar que os Kambeba resistiram à dizimação e que na atualidade, apesar das dificuldades, vem assumindo sua identidade de Povo Omágua/Kambeba, Povo das Águas. Cada poema traz uma sequência de fotos relacionadas ao texto, demonstrando a vivência na aldeia Tururucari-Uka e no interior do Amazonas, no Alto Solimões. O livro também traz poemas de escritores amazonenses e paraenses dedicados ao Povo Kambeba. Finalizando o evento, haverá a apresentação do Grupo Indígena kambeba da Aldeia Tururucari-Uka, com o ritual/dança do Curupira para dançar, coordenado por Zana (Tuxaua) Wica (Teca) e Gelson Cruz, com participação de Francisco Cruz.