O Departamento de Desenvolvimento de Pessoas (DDP), por meio da Coordenação de Treinamento e Desenvolvimento (CTD) da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp) realizou, nesta manhã de segunda-feira, 24, a abertura da II Semana de Saúde Mental do Servidor Público Federal. A mesa teve a participação do reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Sylvio Puga, da gestora do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS), Renata da Costa Pinheiro, e da diretora do Departamento de Desenvolvimento de Pessoas, Tereza Cristina Borges Pinheiro.

A Semana é voltada aos servidores da Ufam (técnico-administrativos e docentes) e de outras instituições federais ligadas ao SIASS.  O evento ocorre na sala de treinamentos da Progesp, no Prédio da Reitoria da Ufam, no setor Norte do Campus até esta sexta-feira, dia 28.

Neste ano, a Semana tem como proposta promover um espaço para debates e conscientização sobre a importância da prevenção da saúde mental, além de proporcionar oportunidade de se adquirir conhecimentos relacionados aos fatores psicossociais no trabalho, prevenção ao suicídio, ao assédio moral e outros transtornos mentais.

Dentre esses temas, pretende-se discutir em maior amplitude o assédio moral, uma das causas que levam o trabalhador ao sofrimento mental, na perspectiva de combater, prevenir e promover a saúde mental no cotidiano e no ambiente de trabalho. O curso é transmitido ao vivo, via Telessaúde, para três campi fora da sede.

O evento é resultado da parceria entres os Departamentos: Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS), Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS) e o Departamento de Desenvolvimento de Pessoas (DDP), por meio da Coordenação de Treinamento e Desenvolvimento (CTD) e da Psicologia Organizacional do Trabalho (POT), que juntos elaboraram uma série de palestras com temas voltados à saúde mental do servidor, como assédio moral, patologias e reservas de alternativas, aspectos gerais da saúde mental, riscos psicossociais e práticas saudáveis no ambiente de trabalho, licenças por motivo de saúde, depressão, suicídio.

O reitor da Ufam destacou que o combate formal ao assédio moral na Instituição teve início quando foi assinado um termo de compromisso com o Ministério Público Federal. “O combate formal ao assédio moral na Ufam teve iniciou há um ano, quando assinamos um termo de compromisso com várias entidades federais. Assinamos de forma pública o compromisso de lutarmos contra qualquer forma de assédio na Universidade. O assédio tem diversos desdobramentos, talvez o mais grave seja o transtorno psíquico. Nós não aceitamos isso. A Universidade tem que ser o espelho, o exemplo, porque nós formamos cidadãos”, explicou o professor Sylvio Puga.

“O assédio moral é uma manifestação de violência que temos no contexto do trabalho. Basicamente, expliquei como pensar alternativas, estratégias, ter alguma sugestão de prevenir o adoecimento genérico do trabalho e promover saúde. Mostrei passo a passo de como fazer o trabalho de sensibilização até conseguir ações mais efetivas de combate ao assédio. Uma questão interessante que uma organização pode fazer, foi o ápice do que eu compartilhei com o público, é criar um espaço de fala onde as pessoas podem negociar e dialogar de forma democrática sobre o processo de sofrimento no trabalho. Ao fazer isso estaremos prevenindo o adoecimento e promovendo a saúde no trabalho”, disse o palestrante do evento, professor da Faculdade de Psicologia da Ufam, Ronaldo Gomes Souza.  

A coordenadora de Treinamento e Desenvolvimento da Progesp, Jecelane Janete de Albuquerque Ferreira, ressaltou que a temática é uma questão contemporânea e que impõe a integração de várias áreas. “A temática Saúde Mental e Trabalho é, sem dúvida, uma questão contemporânea. A abordagem desta temática sob vários aspectos é importante, dado a complexidade do objeto saúde mental e trabalho e nos impõe a integração de várias áreas de conhecimento, na sua análise. Sabe-se que existem muitos adoecimentos no ambiente de trabalho seja por estresse, sobrecarga de trabalho, clima organizacional, assédio, problemas pessoais, entre outras situações que envolvem as emoções das pessoas e prejudicam a sua saúde mental, dessa forma. Estes fatores sugerem, entre tantos outros, a necessidade do redimensionamento destas concepções, principalmente ao considerar as vivências subjetivas, por isso a necessidade destas reflexões e de redimensionarmos, também, as políticas sociais no sentido de evitar uma nova forma de adoecimento profissional originada das vivências de sofrimento advindas da situação de afastamento do trabalho por adoecimento profissional”, disse a coordenadora.

A gestora da unidade do SIASS/Ufam, Renata da Costa Pinheiro, afirmou que, desde o ano passado, vários profissionais da área fazem uma mobilização para realizar o evento porque, tendo em vista o número crescente de afastamentos de servidores federais. “Nossa intenção é verificar se os afastamentos de servidores estão relacionados ao trabalho. O evento foi elaborado para debater essas questões e promover ações de combate ao assédio moral que é um dos principais fatores que podem estar causando isso”, disse a gestora.

A servidora do SIASS, Renata Cerquinho, afirmou que demorou um tempo pra entender o que era assédio moral e acha que o evento é excelente para o servidor saber como lidar com essa questão. “Quando entrei na Universidade, ainda muito jovem, demorei a perceber o que era assédio moral. Acho o evento excelente porque mostra o que é o assédio. A Semana deveria ser em lugar maior para a participação dos chefes, assessores, diretores de departamento, pró-reitores, entre outros. O assédio moral geralmente ocorre de forma vertical. Faço uma crítica construtiva para que eles participem também deste curso tão fundamental ao nosso pleno desenvolvimento”, disse a servidora.