Apresentar o ponto de vista chinês sobre a interação com a América Latina é o objetivo do livro 'Oportunidades em meio à transformação – uma análise multidimensional das perspectivas de cooperação entre China e América Latina', do professor Wu Baiyi, diretor geral do Instituto de Estudos Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais. A obra foi lançada em português na manhã deste sábado, 22, no auditório Rio Amazonas, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), como uma das atividades do último dia do VII Fórum Acadêmico de Alto Nível China e América Latina.

Congregando estudiosos de ambas as regiões na Amazônia desde quarta-feira, 19, o VII Fórum proporcionou ao público debates sobre as mudanças da conjuntura da economia mundial entre outros temas concernentes à pauta. Durante o evento, a Ufam oficializou parceria inédita com uma instituição de ensino chinesa, a Universidade de Hubei. Atuando como articuladora latino-americana do encontro, a Ufam expande sua presença internacional visando estreitar laços com aquela que é a segunda maior economia do mundo e em produção científica.

“O evento foi muito positivo para a nossa Universidade, porque além de projetá-la no plano latino-americano e também com repercussões em universidades chinesas, nós demos um passo muito importante para aprofundar a nossa internacionalização, mostrando que estamos trabalhando em todos os continentes. Então, essa parceria, além do seu ineditismo, vai permitir também que outras possibilidades possam se colocar em áreas estratégicas para a Ufam”, avaliou o gestor.

A visão chinesa da América

Com a coordenação do reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, e participação de Luís Antonio Paulino, TulloVigevani e José Luis Valenzuela, como comentadores, foi realizada a mesa-redonda intitulada 'Globalização e Relações entre China e América Latina', na qual se discutiu a obra e análise do professor Wu Baiyi sobre a situação chinesa atual e sua relação com o continente americano.

Lançado na China em 2013, a obra de Wu Baiyi e de outros analistas chineses apresenta a participação do país asiático no sistema econômico e geopolítico mundial, com destaque para o estreitamento da relação entre China e América Latina.Segundo Baiyi, o livro atesta o interesse da potência asiática em estabelecer contato com os países latino-americanos. “Antigamente, as discussões eram centradas na economia apenas, hoje têm significado muito mais estratégico”, expôs o autor.

Para o diretor do Instituto Confúcio, da Unesp, que trabalha também na tradução de livros em mandarim para o português, Luís Antonio Paulino, a obra do professor Baiyi representa mais um avanço no sentido de permitir a aproximação e fortalecimento das relações entre Brasil e China por trazer a perspectiva chinesa dessa interação. “O livro é importante porque temos a oportunidade de ver como ela [a China] vê essa relação. Sempre vemos a partir da nossa perspectiva, mas para que ela seja mais balanceada é fundamental que conheçamos o que ela espera, procura, nessa relação para uma cooperação mais efetiva. O livro contribui para isso”, declarou.