Laboratório de Solos da FCA recebe Selo de Qualidade da Embrapa Solos

Por Sebastião de Oliveira
Equipe Ascom

O Laboratório de Solos da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) recebe no último mês de maio pelo terceiro ano consecutivo, o Certificado de Excelência para uso do Selo de Qualidade do Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade (PAQLF/2018) pelos serviços de análise de solo do Programa de Extensão “Fertilidade de Solos no Amazonas”.   

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Solos), com sede na cidade do Rio de Janeiro (RJ) foi responsável pela concessão do certificado de excelência que dentre as suas atribuições técnicas está o estudo dos solos no Brasil. O Laboratório de Solos criado para atender as atividades acadêmicas, expande suas ações com a implantação, a partir de 2014, do Programa de Extensão “Fertilidade de Solos no Amazonas”, da Pró-Reitoria de Extensão (Proext), que começa analisar amostras de solo externas a Universidade em que envolve a participação de alunos de diversos cursos de graduação da Área de Agrárias.       

De acordo com o coordenador, professor da FCA, Bruno Pereira, a crescente demanda por análise de solo de atividades de pesquisa e de produção agrícola no Estado do Amazonas, é equivalente ao crescimento populacional da capital amazonense que necessita de uma produção alimentar, economicamente, viável e produtiva. É nesse sentido que o coordenador dá importância a análise do solo para que o produtor agrícola possa fazer a aplicação de doses corretas de calcário e do fertilizante no solo, assim como, aos pesquisadores para que possam obter resultados e elucidar os processos naturais existentes envolvendo solos na região.

 

Tecnologia como ferramenta de desenvolvimento

 Para o docente, a análise do solo se faz necessário, e, o Laboratório de Solos dispõe dessa tecnologia como importante ferramenta para ambos os segmentos. Ele esclarece que  a correta aplicação de calcário e fertilizantes no solo pelo produtor agrícola contribui com a redução do desmatamento na Amazônia, devido ao aumento da produtividade agrícola (quantidade produzida por determinada área) em áreas já exploradas, evitando assim,  a derrubada de novas áreas para cultivo.   

Doutor em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade de São Paulo, Esalq/USP, em 2010, com temporada, 2008, na University of Florida (Indian River Research and Education Center), o professor informa que Instituições de Ensino Superior Brasileiras desenvolvem há décadas esse tipo de análise, o qual faz  comparação com o  recente trabalho desenvolvido pela Universidade, por meio do Laboratório de Solos que supera suas ações através do atendimento de excelência de prestação de serviços junto a comunidade agrícola e científica amazonense.

 

Dificuldades na difusão das informações

O professor lamenta a dificuldade para veicular informação relacionada ao Laboratório, como serviço de utilidade pública aos produtores agrícolas, mas também a dificuldades de receber as amostras dos produtores da região. Pereira atribui as grandes distâncias impostas na região e a ausência de tecnologia na rapidez da informação, como por exemplo, a internet.  O fato de desenvolver um serviço de qualidade atua positivamente,  superando todas as dificuldades através da comunicação oral, ou seja, do boca a boca.  

Cerca de trinta e dois municípios do Amazonas enviam amostras para análise no laboratório, mas grande parte dessa demanda é oriunda de municípios em torno de Manaus que estão distribuídas em diversas culturas, dentre elas, estão a pastagem, bananas e citros, disse o professor.

 

Análise de solo é requesito para financiamentos agrários

Pereira destaca duas metodologias adotadas para análise de solo como a do Instituto Agronômico de Campinas e da própria Embrapa que, associados à vasta experiência em laboratórios específicos consagra a excelência dos resultados das amostras. Por outro lado, o cumprimento de prazos de entrega dos resultados da análise de solo repercute positivamente junto aos produtores que necessitam apresentar aos Bancos financiadores de projetos agrícolas. Apesar dos procedimentos, o alto preço dos reagentes químicos para realizar a análise, como os ácidos sulfúrico, clorídrico e nítrico, torna-se um empecilho, o que obriga a importação desse material, comenta o coordenador.

 

Opinião

O técnico de laboratório, Vitor Rabelo, há 38 anos supervisiona e interpreta as amostras, primando pela qualidade das análises. De acordo com Rabelo, desde quando foi implementado o programa de extensão, a equipe objetiva a melhoraria da qualidade dos processos de análise, o que exige o envolvimento de toda a equipe de trabalho com responsabilidade e disciplina.

“O segredo de sucesso do programa se reflete a cada ano, quando se renova a certificação do selo de qualidade. Apesar da dificuldade, estamos conseguindo evoluir, melhorando a nossa operacionalização e as metodologias para que os serviços de análises de solo possam satisfazer os segmentos da pesquisa e da produção agrícola no Amazonas”, comenta Rabelo. 

Já a aluna do curso de Ciências Agrárias, Débora Barbosa, 21, participa do programa desde outubro do ano passado, quando cursou uma aula prática no Laboratório através da disciplina Gênese e Morfologia do Solo. Segundo ela, o interesse pelo funcionamento e processos de análise das amostras despertou interesse em continuar desenvolvendo a pesquisa no Programa.

“No Laboratório, a aprendizagem alia a teoria e a prática, permitindo ao aluno o entendimento dos processos de fertilidade do solo e outros procedimentos”, finaliza a discente.

   

 

 

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