Ufam implementa auxílios estudantis

 
Por Sandra Siqueira
Equipe Ascom

Estudantes beneficiados começam a receber auxílios em julho.Estudantes beneficiados começam a receber auxílios em julho.

Ao todo, 347 alunos da capital foram contemplados com as 420 vagas dos auxílios de assistência estudantil fornecidos pela Universidade. Durante os próximos 12 meses, os beneficiados terão acesso aos recursos para custear despesas com a permanência nos cursos de graduação.

Na manhã desta quinta-feira, 14, o Departamento de Assistência Estudantil (Daest) realizou a última etapa da seleção dos graduandos da Ufam que receberão os Auxílios Moradia e Acadêmico, que compreende a entrega dos dados bancários e participação na palestra sobre orientações quanto ao relatório de prestação de contas. A atividade ocorreu no auditório Rio Javari, da Faculdade de Tecnologia.

Umas das estudantes que receberão o Auxílio Acadêmico, Isabela Apoema, soube da seleção por meio de colegas e procurou mais informações no site da Ufam para poder se candidatar. Selecionada pelo segundo ano, a estudante revela que o benefício tem garantido a sua permanência, custeando despesas como transporte, cópias, alimentação e materiais. “Para mim, é de grande ajuda. A gente enfrenta muitas dificuldades dentro da universidade. No meu curso tem prática de campo, então, todo semestre a gente precisa comprar uma lista de materiais para levar nessa atividade e o auxílio me ajuda nesse sentido”, explica Isabela, que é oriunda de escola pública, integra uma família de quatro pessoas, na qual somente o pai está empregado no momento.

Contemplando a fase final do curso, Isabela afirma que, sem o valor recebido mensalmente (R$300,00), seria quase impossível chegar à conclusão do ensino superior. “Esse auxílio foi fundamental para que eu chegasse até aqui”, disse, ao reconhecer que pensou em desistir da graduação por causa das limitações financeiras. “Antes era muito complicado”, declara a finalista. “Eu tenho amigos que às vezes nem vinham para faculdade porque não tinham o dinheiro da passagem. Já tive de ajudar alguns deles para que não desistissem. Onde eu moro só eu faço faculdade e pública, os outros desistiram ainda no ensino médio ou no fundamental e muitos nem pensam em cursar uma faculdade. É outra realidade que eu vejo todos os dias como aluna de escola pública”, expôs a universitária.

Isabela Apoema é uma dos 347 alunos selecionados.Isabela Apoema é uma dos 347 alunos selecionados.Isabela não é a única a vivenciar essa realidade. Desde 2012, quando foi assinada a Lei de Cotas, as universidades públicas, entre elas a Ufam, passaram a reservar vagas para estudantes de escolas públicas. Atualmente, 50% do corpo discente da Ufam e das demais universidades e institutos federais possui esse perfil, o que suscitou nas instituições a necessidade de ampliar as ações voltadas a apoiar esses estudantes, dando-lhes as condições para a permanência e conclusão de seus cursos.

Criado em 2007, pela Portaria Normativa Nº 39, do Ministério da Educação (MEC), e regulamentado pelo Decreto Nº 7.234, o Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) apoia estudantes de baixa renda matriculados em cursos de graduação presencial nas instituições federais. Aplicados com recursos do PNAES os auxílios a que os alunos da Ufam farão jus, são algumas das ações institucionais que utilizam os repasses do PNAES; exemplos de outras iniciativas são o Restaurante Universitário (RU), os Jogos Universitários e o Festival Folclórico da Ufam.

Segundo o coordenador de Benefícios Estudantis do Daest, Alex Martins, com os resultados do questionário aplicado no início do ano, o setor terá maior percepção da realidade socioeconômica dos estudantes de graduação da Instituição, o que permitirá o planejamento de novas ações de acordo com a necessidade dos estudantes. “Essas ações são importantes e necessárias, pois ajudam muitos alunos. Estamos trabalhando para que sejam aperfeiçoadas internamente, mas é preciso que o Estado olhe com carinho para a assistência estudantil. Nos últimos anos ocorreu o aumento da quantidade de alunos em situação de vulnerabilidade e a redução nos recursos a serem aplicados”, informou Alex.

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